Encerrado em 7 de fevereiro, o programa SpaceJet, de jatos regionais da Mitsubishi, perdeu oficialmente seu cliente de lançamento, a All Nippon Airways (ANA) nesta segunda-feira, 24 de abril.
A transportadora japonesa anunciou o cancelamento do contrato que previa o recebimento de 15 MRJ-90 (mais tarde renomeado para SpaceJet M90), segundo o Aviation Wire.
A medida é semelhante a tomada pela Japan Airlines em 28 de fevereiro, que cancelou o pedido firme de 32 jatos e receberá uma indenização de 8 bilhões de ienes (US$ 60 milhoes).
A ANA tornou-se a primeira companhia aérea a selecionar o inédito jato regional em março de 2008, configurado com 88 assentos e que iria assumir o lugar dos turboélices Dash 8.
A previsão era que o Mitsubishi Regional Jet (MRJ) entrasse em operação em 2013, mas atrasos no desenvolvimento da aeronave levaram a diversas revisões no cronograma.
Mudança de nome
O primeiro avião de testes realizou o voo inaugural apenas em novembro de 2015. Na época, a Mitsubishi já havia alterado a previsão de entrada em serviço para 2018.
Em 2017, um protótipo com as cores da ANA foi finalizado, mas a estreia operacional passou a ser 2020. Com os atrasos, a companhia aérea acabou postergando a aposentadoria dos seus Boeing 737-500 e ampliou a frota de Dash 8 e 737-800.
Para tentar acelerar a certificação, quatro protótipos foram transferidos para Moses Lake, nos EUA. Em junho de 2019, no entanto, a Mitsubishi anunciou mudanças no programa, então renomeado como SpaceJet.
Enquanto o modelo MRJ90 passou a ser chamado de SpaceJet M90, a empresa cancelou a versão MRJ70, substituída pelo M100, com 76 assentos e a meta de atender a cláusula de escopo das companhias aéreas regionais dos EUA.
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A pandemia da Covid-19, no entanto, paralisou o processo de certificação. À essa altura, o grupo Mitsubishi já acumulava dívidas imensas com o SpaceJet, obrigando a empresa a encerrar o programa em 2023.
Embraer E2 e A220 como opções
A All Nippon Airways terá agora de buscar alternativas fora do Japão se pretende ainda contar com uma aeronave a jato com capacidade entre 90 e 150 assentos.
Os candidatos naturais são o Airbus A220 e o Embraer E2, este rival direto do família de aeronaves da Mitsubishi. Os dois aviões passaram em turnê pelo Japão recentemente, em busca de novos contratos.