A Boeing voltou a entregar um jato 737 MAX novo nesta terça-feira (08) após 20 meses. A aeronave, um 737 MAX 9, foi recebida pela United Airlines e é a 15ª unidade do modelo a ser incorporada em sua frota. No entanto, a companhia já anunciou que o avião só voltará a voar em voos comerciais em 2021.
Desde março de 2019, mês em que as autoridades de aviação mundiais suspenderam a autorização de operação do avião, a fabricante dos EUA não entregava um 737 MAX. Naquela ocasião, 11 unidades foram enviadas aos seus clientes, incluindo companhias aéreas e empresas de leasing.
Apesar de proibido de voar, o jato continuou a ser produzido, numa aposta arriscada da Boeing, que previa um rápido desenlace por parte da FAA, a agência de aviação civil dos EUA. Mas revelações polêmicas no decorrer da investigação acabaram atrasando o processo e obrigando a empresa a suspender a produção no começo de 2020.
Atualmente, estima-se que cerca de 450 unidades estejam prontas para entrega e armazenadas em vários aeroportos. A meta da Boeing é enviar ao menos metade deles para seus clientes até o final de 2021.
Mais cancelamentos
A entrega do primeiro 737 MAX após sua recertificação ocorre um dia antes de a Gol retomar os voos com o birreator nesta quarta-feira. A companhia aérea brasileira é a primeira no mundo a voltar a colocar o jato em serviço, graças à autorização da ANAC ter ocorrido pouco tempo depois do aval da FAA. Em outras partes do mundo, no entanto, as agências regulatórias ainda finalizam suas análises a respeito das mudanças introduzidas no modelo.
Apesar disso, o panorama para o avião comercial mais vendido da história da Boeing é positivo, com novos pedidos e várias companhias apostando em seu sucesso daqui em diante. A Gol é uma delas, e já afirmou que receberá mais 11 unidades em 2021 a fim de ampliar a participação do modelo em sua malha.
No entanto, a lista de pedidos pendentes do 737 continua a encolher, ao menos no balanço divulgado pela Boeing em novembro. Foram 63 pedidos suprimidos, 30 por cortes em encomendas e 33 por conta de contratos de empresas em situação financeira precária e que por isso não constavam mais do chamado “backlog” de pedidos. Com isso, o 737 MAX acumula uma perda de 1.068 encomendas em 2020.
Entre os cancelamentos estão 48 unidades para a Virgin Australia, que trocou parte da encomenda pelo modelo 737 MAX 10, com entregas postergadas para 2023. Além dela, a Air Canada cortou 10 jatos de seu pedido, a Air Lease Corp, outros 13 aviões, enquanto 17 unidades foram canceladas por clientes não revelados.
A situação deve mudar em dezembro com a inclusão dos 75 jatos 737 MAX 8-200 da Ryanair, uma conversão das opções do pedido original da companhia low-cost irlandesa. Espera-se que até lá a lista de cancelamentos não supere esse número.
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