As eleições presidenciais nos Estados Unidos serão disputadas pelo atual presidente, o democrata Joe Biden, e seu rival e ex-presidente Donald Trump, do Partido Republicano. Quem vencer não só assumirá mais quatro anos na Casa Branca como terá o privilégio de estrear o próximo avião presidencial, o famoso “Air Force One”.
Mas pode ser que a experiência seja breve já que o programa de conversão de dois 747-8 usados pela Boeing sofreu um novo atraso.
A Força Aérea dos EUA (USAF) revelou que espera que o voo inaugural do VC-25B, como será designado o jato, só ocorra até março de 2026, segundo o Breaking Defense.
O novo prazo implica em um atraso de 16 meses do cronograma anterior. Ou seja, na melhor das hipóteses, o novo Air Force One deve entrar em serviço no final de 2028, quando ocorrerá uma nova eleição presidencial.
Contrato a preço fixo
A Boeing assinou um contrato com a Força Aérea em 2018 com preço fixo de US$ 3,9 bilhões e a meta de colocar os dois 747 em serviço até dezembro de 2024.
Logo o programa sofreu seus primeiros atrasos em meio à pandemia do coronavírus, quando interrupções de fornecedores e no trabalho de conversão jogaram as entregas para 2027 e 2028.
Ao contrário dos atuais 747-200 presidenciais, que foram construídos especialmente para esse fim, os novos Air Force One serão aeronaves convertidas a partir de dois 747-8 de passageiros que estavam armazenados após a falência de uma cliente russa.
O VC-25B oferecerá mais espaço, conforto e sistemas mais modernos, mas não contará com a possibilidade de reabastecimento aéreo já que o custo da instalação do equipamento seria proibitivo.
Ainda assim a Boeing já admitiu que terá prejuízos com o programa em virtude do teto de gastos, que não permite que a empresa repasse qualquer custo extra à USAF.
Qual será a pintura do novo Air Force One?
Após assumir outros dois contratos por preço fixo com os aviões-tanque KC-46A (767-200) e jatos de treinamento T-7A Red Hawk, a Boeing abandonou a concorrência para construir os novos “aviões do juízo final”.
A Sierra Nevada Corporation, parceira da Embraer na venda dos A-29 Super Tucano, saiu vencedora e já andou comprando alguns 747-8 idênticos aos do Air Force One para montar os jatos que servirão de comando militar aerotransportado.
Se a estreia do novo Air Force One é um mistério ainda, as eleições presidenciais ao menos decidirão qual padrão de pintura o Boeing 747 terá já que Trump quer mudar o visual dos aviões e Biden, preservar o estilo atual, em tom de azul claro.