A crise econômica no Brasil está espantando aviões executivos do Brasil. Nos últimos 12 meses, o mercado de compra e venda de aeronaves usadas no Brasil viu uma demanda muito maior de exportação do que de compra. Em outras palavras, com o real desvalorizado em relação ao dólar, o momento é ideal para vender aeronaves desse segmento para o exterior.
De olho nesse mercado, Cassio Polli, especialista em compra e venda de aeronaves da empresa Aerie Aviação Executiva, de Jundaí (SP), afirma que a média de 10 a 12 aeronaves comercializadas por ano, antes do início da crise, caiu para 9 em 2014 e 8 em 2015, sendo seis para exportação. Ou seja, brasileiros estão vendendo suas aeronaves em outros países, que por sua vez estão aproveitando os bons preços encontrados no Brasil.
Do início do ano até agora, segundo Polli, outras seis aeronaves usadas foram vendidas para compradores no exterior, e nenhuma foi importada.
“Aqueles que venderam suas aeronaves aproveitando a oportunidade do câmbio ou mesmo em razão da crise, devem recomprar em breve, talvez até partindo para modelos maiores, mais novos, com capacidade para mais pessoas ou de maior alcance. Estamos com perspectivas otimistas para o segundo semestre, apostando que a retomada da economia reative o mercado como um todo e também a aviação executiva, que entendemos estar diretamente relacionada ao desenvolvimento econômico, especialmente de cidades longínquas, distantes dos grandes centros”, afirma Polli.
Essa retomada da aviação executiva no Brasil, na análise de Polli, poderá ser estimulada pela redução da malha aérea das companhias comerciais e a queda do dólar. Atualmente, das mais de 5.500 cidades do país, pouco mais de 100 são atendidas por voos comerciais regulares. “Aeronave executiva é uma importante ferramenta de negócios, permitindo chegar onde a aviação comercial não chega porque não tem voos diretos ou exige conexões complexas e extremamente demoradas”, explica o especialista.
Aviação brasileira segue forte
Atualmente, a frota de aeronaves da chamada aviação geral, que contempla todas as aeronaves que não são usadas por companhias aéreas comerciais e forças armadas, soma pouco mais de 15 mil unidades e é a segunda maior do mundo, ficando atrás apenas da frota dos Estados Unidos. São jatos, helicópteros, aviões turbo-hélices de uso privado, pertencentes a pessoas físicas, empresas ou táxi aéreo, usados por empresários, no agronegócio, cargas e instrução de pilotos.
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Interessante.