Durante sua turnê pela Ásia, o presidente americano Donald Trump tem feito declarações polêmicas e duras, mas também colecionado algumas vitórias para sua política de atrair investimentos para os Estados Unidos. Nesta quinta-feira (09), ele comemorou a assinatura de um negócio de dimensões gigantescas entre a Boeing e a empresa China Aviation Suppliers Holding Company (CASC), especializada em leasing de aeronaves.
Por nada menos que US$ 37 bilhões (R$ 120 bilhões), a CASC adquiriu 300 jatos comerciais da Boeing. As duas empresas, no entanto, não detalharam o pedido que envolve aviões de um e dois corredores. “A China é um cliente valioso e parceiro-chave, e estamos orgulhosos de que os aviões da Boeing sejam parte do crescimento da frota nos próximos anos”, disse Kevin McAllister, presidente da Boeing Commercial Airplanes.
O pedido para a fabricante americana é mais do que o dobro do volume de um negócio semelhante que a CASC assinou em julho deste ano com a Airbus. Na ocasião foram encomendados 140 aeronaves para os europeus – 100 modelos da família A320neo e outros 40 do novo jato de longo alcance A350 XWB.
Maior mercado de aviação do mundo
A China avança velozmente em direção a se tornar o país com o maior número de pessoas transportadas por aviões. Segundo a IATA, os chineses devem superar os americanos a partir de 2022. Em 2017, as empresas aéreas que operam na China devem terminar o ano com uma oferta de assentos de 800 milhões de lugares, um crescimento de 126% em relação a 2008. A maior parte do tráfego vem de rotas nacionais (78%) mas os voos internacionais dobraram no mesmo período.
A própria Boeing prevê que a China deverá absorver mais de 7 mil aviões comerciais nas próximas duas décadas. Por enquanto, as vitórias do Ocidente em encomendas são esmagadoras, porém, a situação poderá mudar caso os novos jatos comerciais desenvolvidos pelos chineses consigam se equiparar em desempenho e economia. Um deles, o C919, é rival direto do Boeing 737 e do Airbus A320 e, a despeito do atraso no programa de testes, poderá incomodar a dupla num futuro não tão distante. Até lá, Trump terá tempo para comemorar.
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