A Boeing registrou mais um resultado pífio em maio. Em relatório divulgado nesta terça-feira, 9 de junho, a fabricante informou ter entregado apenas quatro aeronaves no mês passado, um desempenho inferior ao de abril, quando entregou seis aviões.
Esse foi o pior o resultado da Boeing em 60 anos e representa uma queda de 87% nas entregas de novos aviões em relação ao mesmo período no ano passado, quando a empresa já lidava com o aterramento do 737 MAX.
O principal produto da fabricante segue impedido de voar e de ser entregue aos clientes desde março de 2019 devido aos dois acidentes com modelos MAX 8 que deixaram um total de 346 mortos. Até maio, 604 pedidos pela aeronave foram cancelados.
A Boeing ainda registrou mais 18 cancelamentos em maio, incluindo 14 jatos da série MAX, e recebeu apenas nove encomendas novas – seis jatos 767, dois 777 e um 747-8F. Com a série de desistências durante o aterramento do 737 MAX e agora acentuada com a pandemia do coronavírus, a carteira de pedidos da fabricante encolheu para 4.744 aviões, o menor volume desde 2013.
Os cancelamentos de maio partiram das empresas de leasing Aviation Capital Group, CTI Aviation e a GECAS, e de outros seis clientes não identificados.
Os aparelhos entregues pela fabricante no mês passado foram dois cargueiros 777, um 767 e um 737 NG, sendo esses dois últimos jatos destinados aos programas militares KC-46 Pegasus e P-8 Poseidon. Ou seja, a Boeing não entregou nenhum avião de passageiros em maio.
Outro grande problema enfrentado pela fabricante dos EUA são os pedidos de adiamento nas entregas de novas aeronaves. Tradicionalmente, companhias aéreas pagam a maior parte do valor das encomendas quando recebem os aparelhos. Por isso, enquanto não entregar mais aviões, a Boeing seguirá perdendo dinheiro e agravando sua maior crise em mais de 100 anos no mercado.