A espera foi longa, mas a China enfim conseguiu realizar um voo comercial com o C919, jato de passageiros totalmente projetado no país.
A aeronave de 164 assentos em duas classes pertencente à China Eastern Airlines (CEA) decolou no domingo de Xangai (Hongqiao) com destino à capital Pequim no voo MU9191 às 10h33 (horário local).
O pouso ocorreu quase duas horas depois, concluindo o voo histórico do jato da COMAC, fabricante estatal que passou a ser concorrente da Airbus e da Boeing.
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Como era esperado, o voo inaugural foi antecidido por uma cerimônia em participaram integrantes da China Eastern, COMAC e da CAAC, a autoridade chinesa de aviação civil.
Imagens do voo foram compartilhadas em redes sociais, mostrando os passageiros levando bandeiras da China e usando máscaras faciais – o governo do país tem mantido uma postura mais rígida em relação aos efeitos da Covid-19.
Demanda interna
Trata-se do fim de uma longa novela que teve início em 2008 quando a COMAC apresentou o projeto do C919, uma aeronave concebida totalmente na China, a despeito de utilizar muitos componentes ocidentais, como o motor Leap-1C (CFM).
Todo o processo de desenvolvimento foi difícil, com testes em solo e em voo e interrupções causadas pela pandemia.
O C919 utilizado no voo é até o momento o único entregue pela COMAC. A China Eastern deve receber outros quatro jatos de seu pedido inicial, mas o início dos voos comerciais deverá acelerar o processo de produção desde que se resolvam os gargalos com a cadeia produtiva.
Embora a COMAC tenha intenção de certificar o C919 em outros países, isso não deve ser prioridade no momento. Há uma grande demanda interna a ser atendida antes de se pensar em exportações.
A estreia do C919 é uma notícia preocupante para Airbus e sobretudo Boeing. Se o jato for minimamente bem sucedido certamente as futuras encomendas de A320neo e 737 MAX se tornarão cada vez mais raras na China.