O querosene de aviação (QAV) alcançou nesta semana o seu maior valor histórico pago pelas companhias aéreas no Brasil, em torno de R$ 3,30 o litro, incluindo impostos. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), essa é a cifra mais alta alcançada desde 2002, ano que foi implantado no país a liberdade tarifária, o que derrubou as tarifas aéreas à metade do preço cobrado até então. Só nos últimos dois anos, o QAV acumula alta de 82%.
Para o presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), Eduardo Sanovicz, a disparada do preço do combustível dos aviões é mais uma ameaça à competividade do setor. “A fixação de um teto para o ICMS sobre o combustível dos aviões, imposto que só é cobrado no Brasil, não foi aprovada pelo Senado no ano passado. Além disso, temos uma política de precificação da Petrobras que não é discutida e penaliza não só a aviação, mas diversas outras atividades de extrema importância para o país”, afirma Sanovicz.
A proposta recusada no Senado previa reduzir a atual alíquota de 25% de ICMS sobre o querosene de aviação e criar um teto de 12%. De acordo com a ABEAR, o combustível é responsável por cerca de um terço do preço da passagem aérea.
Ana Helena Mandelli, diretora de Aviação da Associação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Lubrificantes, Logística e Conveniência (Plural), também defende a revisão do ICMS que incide sobre os combustíveis. Para ela, a cadeia e a logística de produção do QAV são demasiadamente oneradas por esse imposto, prejudicando ainda mais o seu custo final.
“Para que haja um mercado de fato mais competitivo precisamos de mais infraestrutura para importação e ter efetivamente outra fonte de fornecimento do querosene de aviação, para que haja uma real competição com a Petrobras como fornecedora. Só assim, a gente talvez consiga capturar todos os ganhos dessa competição”, diz Ana.
Combustível mais caro do mundo
Segundo a pesquisa Jet Fuel Price Monitor, organizada pela Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA), o combustível de aviação mais caro do mundo é vendido na América Latina. De acordo com o relatório, o litro do querosene custa em média R$ 2,29 na região, valor ainda bem abaixo do praticado no Brasil.
Segundo o índice da IATA, o preço médio mundial do combustível de aviação é R$ 2,19 por litro. A região com os valores mais baixos é a África/Oriente Médio, onde o litro do querosene custa cerca de R$ 2,09.
Fonte: Agência ABEAR
Veja mais: Airbus apresenta primeiro A320neo em versão executiva
Muito oportuna a matéria. Entretanto há que se esclarecer que “combustível de aviação” não é apenas o “querosene”. É bem verdade que este é o de maior volume haja vista a quantidade de voos diários executados pelos aviões de grande porte.
Não se pode porém esquecer que muitas outras aeronaves de pequeno porte utilizam o “AVGAS”. Pior ainda é saber que para este combustível o preço em muitos lugares já está sendo vendido a mais de R$10,00 (dez reais) o litro, e ninguém fala nada.
Com a carga tributária extorsiva e sem concorrência ficamos à mercê de uma “política de preços” que claramente procura tapar o rombo deixado na Petrobras. Enquanto isso a aviação geral agoniza na UTI.
UAI! Afinal alguém tem pagar as contas do desfalque na Petrobrás!