Criada em 1937, a Base Aérea de Canoas (BACO) nunca enfrentou uma situação como a atual, em que se transformou no principal acesso aéreo do Rio Grande do Sul em meio às enchentes que tomaram o estado e a capital, Porto Alegre, desde o final de abril.
Sede do 1º/14º Grupo de Aviação (Esquadrão Pampa), Canoas abriga os caças Northrop F-5 Tiger II que patrulham o sul do Brasil. Mas o alagamento que tomou conta do Aeroporto Salgado Filho após as intensas chuvas que atingiram a região, transformou a base aérea em melhor alternativa para que voos de ajuda humanitária chegassem rapidamente.
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Num golpe de sorte, Canoas possui uma pista bastante extensa, com cerca de 2.800 de comprimento, o que permite que grandes widebodies possam operar no local sem dificuldades.
Para se ter uma ideia, ela é apenas um pouco menor que a pista do Salgado Filho, que tem 3.200 metros de extensão.
KC-30 atolado
Não por menos a base aérea recebeu pela primeira vez diversos jatos comerciais como o Boeing 767 da LATAM, o Embraer E-Jet da Azul e até um raro DC-8 da organização Samaritan’s Purse, dos EUA, que também enviou seu Boeing 757 cargueiro.
Aeronaves militares também participam da ponte aérea como os KC-30 (A330) e KC-390 da FAB e o C-130 da Força Aérea Argentina.
Para dar espaço aos voos humanitários, a FAB transferiu os caças F-5 de Canoas para a Base Aérea de Santa Maria, 250 km a leste de Porto Alegre.
Embora suficientemente adequada para a missão, Canoas nunca foi pensada para receber aviões tão grandes. Curiosamente, um dos dois KC-30 da FAB acabou atolado na grama ao manobrar na área de táxi da base, mas sem consequências mais graves.
Aeroporto provisório
A importância de Canoas para o estado vai além. Com o Aeroporto Salgado Filho fechado até pelo menos 30 de maio, a Fraport, concessionária que opera o terminal aéreo, já teve o aval da ANAC, a agência de aviação civil brasileira, para montar uma operação provisória de voos de passageiros no local.
Segundo o governo federal, serão operados na base aérea cinco voos diários, dentro de uma malha aérea emergencial que abrange também aeroportos no interior do estado e também em Santa Catarina.
Ainda não está definido quando os voos terão início nem quais companhias aéreas os assumirão, contudo.
Muito legal vocês divulgarem o papel das forças armadas na ajuda ao RS. Eles não precisam ser exaltadas como salvadoras da pátria, mas tampouco podem ser demonizadas e sofrerem ataques com fake news.
Há quem ainda os respeitem. Eu não. Em relação ao que estão fazendo, não fazem nada além de obrigação, afinal, somos nós quem os sustentamos.