Mal se passaram onze anos que o primeiro 787 Dreamliner entrou em operação pela All Nippon Airways e até hoje voar em um desses widebodies da Boeing é uma experiência diferenciada, graças aos avanços tecnológicos que ele introduziu na aviação comercial.
A Boeing recentemente ultrapassou a marca de mil aeronaves entregues, todas elas preservadas até hoje. Mas esse cenário está prestes a mudar com o sucateamento dos dois primeiros 787 da história.
A empresa irlandesa Eirtrade anunciou no final do mês passado que fará a desmontagem de dois 787-8 que voaram com a Norwegian Air e foram fabricados apenas em 2013.
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As aeronaves, que exibem hoje os registros VP-CVL e VP-CVM, estão paradas no Aeroporto de Prestwick, na Escócia, desde maio de 2019.
Na época, a Rolls-Royce, fornecedora dos motores Trent 1000, enfrentava problemas de corrosão nas lâminas dos fans de seus turbofans, e os jatos acabaram parados por falta de peças sobressalentes.
A pandemia do Covid-19 veio no ano seguinte e em 2021 a Norwegian também anunciava o fim dos seus voos de longa duração, o que fez toda sua frota de Boeing 787 ser retirada de serviço.
Os dois Dreamliners, de matrículas originais LN-LNA e LN-LNB, acabaram parados a céu aberto numa região conhecida pelo frio e umidade, uma condição que não é adequada para preservar aviões.
Sem interessados em reativá-los, os dois Boeing 787 foram condenados a se tornar estoque de peças para modelos do tipo que estão em atividade.
Mercado de peças usadas inexistente
Segundo a Eirtrade, 95% dos componentes poderão ser reaproveitados, num trabalho que deve levar cerca de três meses em Prestwick. A empresa, que mantém sua base em Knock, terá de realizar a desmontagem na Escócia já que os dois 787 não têm como ser transportados até a Irlanda.
Por ser uma aeronave muito recente, o 787 ainda não possui um mercado de peças usadas. “Como nenhum B787 foi retirado do serviço comercial até o momento, quase não há mercado material usado para manutenção (da sigla USM em inglês)”, disse Ken Fitzgibbon, CEO da EirTrade Aviation.
“Estamos entrando em uma área especializada e esperamos nos tornar líderes de mercado no fornecimento de USM para a plataforma que permitirá a redução do custo de eventos de manutenção para proprietários de aeronaves B787”.
A Eirtrade é uma das companhias mais experientes nesse trabalho, tendo desmontado aeronaves da Boeing e da Airbus, incluindo o A380, outro jato que está se aposentando bem antes do previsto, mas por razões diferentes.
Ei negócio tá ficando sério mesmo
Pq a FAB não negocia eles para frota presidêncial a um preço bem baixo