Os problemas de segurança do 737 MAX provocaram a maior baixa no portfólio de pedidos da Boeing. A companhia aérea Flyadeal, associada à Saudia Airlines, anunciou neste domingo um acordo com a Airbus para a compra de 30 A320neo, mais uma opção para 20 aviões.
O negócio havia sido reservado durante o Paris Air Show como parte de um pedido da Saudia e agora revelado. A Flyadeal é hoje uma cliente exclusiva da Airbus, mas havia anunciado em dezembro de 2018 um acordo com a Boeing para um pedido idêntico do 737 MAX 8, avaliado em $5,9 bilhões.
Com a indefinição sobre seu retorno à operação após os dois acidentes com as empresas Lion Air e Ehiopian, o 737 MAX perde um grande pedido após o seu aterramento em março. Os reflexos da crise pela qual passa o fabricante norte-americano já pode ser sentido em seu balanço de entregas do 2º trimestre, quando o volume caiu 53% em relação a 2018.
Os A320neo da Flyadeal serão entregues a partir de 2021 que se juntarão aos A320ceo atualmente utilizados pela companhia aérea da Arábia Saudita.
Clientes indecisos
Enquanto não existe uma previsão sobre a retorno do 737 MAX, vários clientes pelo mundo tem postergado seus pedidos já prevendo não poder contar com o jato em um prazo curto.
Já outras companhias aéreas até ameaçaram desistir, porém, acabaram mudando de ideia após negociações com a empresa dos EUA. Em março, a Garuda Indonesia anunciou que cancelaria um pedido de 49 aviões dos quais recebeu apenas um. A empresa, no entanto, teria resolvido manter o contrato com a Boeing, mas alterado os aviões para o 737 MAX 10 e o 787.
Em junho, a Azerbaijan Airlines decidiu postergar em cinco anos uma encomenda de 10 unidades após chegar a afirmar que iria abandonar o contrato. Além delas, a pequena Somon Air, do Tajiquistão, desistiu de alugar um 737 MAX 8 da Air Lease Corporation no começo deste mês.
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