A “eletrificação” da aviação comercial está começando. Johan Lundgren, CEO da companhia aérea britânica easyJet, uma das maiores low-cost do mundo, anunciou nesta semana que a empresa vai iniciar já em 2019 os primeiros testes com um avião com motorização 100% elétrica com espaço para nove passageiros.
O avião que a empresa vai testar é um projeto da startup Wright Eletric, dos Estados Unidos, cujo nome é uma homenagem aos irmãos Wright, um dos pioneiros da aviação. “O voo elétrico está se tornando uma realidade e agora podemos vislumbrar um futuro que não seja exclusivamente dependente de combustível de aviação”, disse Lundgren.
A meta da easyJet a médio prazo é utilizar aeronaves elétricas em rotas curtas (abaixo de 500 km), o que hoje representa cerca de 30% dos voos da companhia. Apesar do plano inicial da companhia de utilizar aviões pequenos, o objetivo da Wright Eletric é ainda mais ambicioso: construir um avião para 150 passageiros (capacidade semelhante a de um Boeing 737 ou Airbus A320) impulsionado exclusivamente por energia elétrica.
A fabricante acredita que os aviões elétricos tem um potencial enorme no mercado, mesmo que o preço inicial seja mais alto do que os de modelos convencionais. A grande vantagem, de acordo com a Wright Eletric, será o custo operacional muito mais baixo, pois esse tipo de avião dispensa o uso de combustíveis fósseis, que hoje representa o maior gasto das companhias aéreas e são determinantes para o preços das passagens aéreas.
Outros benefícios dos aviões elétricos apontados pela startup serão o menor nível de ruído, até 50% inferiores aos de aeronaves com motores a jato, e a redução de emissões de gases poluentes na atmosfera, que pode ser anulada.
A expectativa da easyJet e da Wright Eletric é iniciar o uso de aviões elétricos de pequeno porte até o final da próxima década.
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