Dona de uma frota de aviões bastante antiga, a companhia aérea Air Niugini, de Papua-Nova Guiné, deveria receber seus primeiros 737 Max neste ano, porém, a empresa anunciou uma atualização em seu contrato que postergou a entrega do jato da Boeing para 2024. Mesmo com os problemas com o aterramento do 737 Max, a mudança soa estranha afinal a companhia aérea precisa modernizar sua frota o quanto antes, porém, a iniciativa parece ser um reflexo da iminente joint venture entre a Boeing e a Embraer.
Ao ser questionado pela Reuters na semana passada, o CEO da empresa, Alan Milne, admitiu que a revisão nos planos pode envolver a troca do 737 Max pelo E195-E2, da Embraer, desde que o acordo seja aprovado pelas autoridades de vários países.
A Comissão Europeia que analisa a joint venture pediu mais tempo para anunciar uma decisão. Antes previsto para março, o veredicto deverá ser revelado no final de maio, atrasando ainda mais os planos das duas fabricantes.
O interesse da Air Niugini pelos jatos da Embraer já era conhecido. Em julho do ano passado, Alan Milne havia declarado que o E195-E2 seria uma boa opção para substituir seus antigos Fokker quando a aeronave brasileira fez uma escala em Port Moresby em sua turnê pela Ásia e Pacífico.
Perdas inusitadas
A Air Niugini foi fundada em 1973 pelo governo do país em associação com companhias aéreas australianas como a Qantas e a Ansett. Atualmente, a empresa possui uma frota de 20 aviões, 15 deles Fokker 70 e 100 com mais de 24 anos de uso. A companhia também possui dois 737 e dois 767-300 que deverão ser retirados de serviço em breve.
Recentemente, a Air Niugini perdeu dois aviões em situações inusitadas. Em setembro de 2018, um 737-800 acabou afundando em um lago próximo ao aeroporto de Chuuk após um pouso mal sucedido. Um ocupante morreu enquanto outros seis passageiros tiveram ferimentos sérios.
Meses antes, a companhia regional Link PNG, pertencente à Air Niugini, teve um turboélice Dash 8-Q200 incendiado por manifestantes que invadiram a pista do aeroporto de Mendi, na província de Southern Highlands, para protestar contra o governo.
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