A situação do mercado de aviação argentino ainda é um mistério após a posse de Alberto Fernandéz, do partido Justicialista, mas uma coisa já é certa: a ligação aérea entre Buenos Aires e Caracas será retomada a partir de fevereiro de 2020, anunciou a Conviasa, estatal aérea da Venezuela.
Os voos entre a Argentina e a Venezuela estão suspensos desde 2017 quando as companhias Aerolíneas Argentinas e Conviasa anunciaram quase que ao mesmo tempo o encerramento de suas operações. No caso da companhia estatal venezuelana, no entanto, o principal motivo foi a ausência de um jato com alcance suficiente para voar sem escalas no trecho, com pouco mais de 5 mil km de distância.
A Conviasa revelou a informação em suas redes sociais, apenas afirmando que voltará a oferecer frequências na rota sem detalhar como isso será feito na prática. O serviço, inclusive, é vendido como uma extensão para a cidade caribenha de Porlamar, destino turístico com potencial de atrair passageiros argentinos.
Para viabilizar a retomada, deverá ser utilizado o único A340-200 da frota da companhia e que está há bastante tempo fora de serviço. Informações recentes dão conta de que a Conviasa planeja deixá-lo em condições de voo no início de 2020.
Com quase 27 anos de uso, o quadrirreator da Airbus foi entregue originalmente para a Air France onde voou por cinco anos antes de ser repassado para a Air Tahiti Nui. A Conviasa o recebeu em 2007, mas chegou a cedê-lo para a Iran Air logo em seguida. Entre várias idas e vindas, a aeronave estava estocada em Teerã em julho deste ano, segundo informações do site Planespotters.
Cliente da Embraer
Criada em 2004 pelo ex-presidente venezuelano Hugo Chávez, a Conviasa surgiu como sucessora da Viasa, que havia falido em 1997. Sua carreira comercial, no entanto, foi sempre atribulada, sendo proibida de voar para a Europa e Estados Unidos durante alguns períodos por alegados riscos à segurança.
Atualmente, a frota da companhia aérea é formada por 16 jatos E190, comprados novos da Embraer no início da década, coincidentemente um período em que o Brasil tinha como presidente Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores, e que é simpático ao regime de Nicolás Maduro.
Com alcance mais restrito, o avião brasileiro é usado em voos locais, mas também em rotas internacionais para países como Panamá, República Dominicana, mas sobretudo destinos cujos governos são de esquerda como Cuba, Nicarágua, Bolívia e Equador, onde o atual presidente foi aliado de longa data do ex-presidente Rafael Côrrea – mas hoje tem inclinado para um governo liberal.
A volta da ligação com a Argentina coincide com o retorno de um governo de esquerda ao país, cuja vice-presidente, Cristina Kirchner, esteve alinhada à Venezuela por muitos anos. Resta saber se a Aerolíneas Argentinas também fará o mesmo em breve, o que seria uma atitude natural do atual governo do partido Justicialista.
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Se fosse o governo brasileiro, não permitia a passagem de vôo em nosso espaço aéreo
Uma verdadeira temeridade para a aviação comercial. Essa única aeronave deve ter manutenção deficiente e poderá causar sérios problemas . 27 anos de uso , repassada para o Iran, parada em Teerã. Que histórico temerário!