Um dos mais antigos operadores do Boeing 747, a El Al Israel Airlines informou que vai retirar de serviço seus últimos três Jumbos (modelos 747-400) até o final de outubro deste ano. A companhia aérea israelense foi um dos primeiros clientes do quadrirreator fabricado nos EUA, tendo iniciado os voos comerciais com a aeronave em 1971, quando recebeu dois 747-200.
No início deste mês, a El Al aposentou o 747 mais antigo de sua frota, um modelo da série -400 que voou pela empresa por 25 anos e somou mais de 11.000 voos. Em quase 50 anos de operações com o gigante da Boeing, a companhia de Israel operou um total de 23 exemplares da aeronave nas versões -100, -200, -300, -400 e o cargueiro -400F.
A El Al vem substituindo seus 747-400 desde 2017 pelo 787-9 Dreamliner, do qual já dispõe de 11 unidades na frota. Até 2020, a empresa vai receber mais cinco aparelhos. Outro avião clássico que a empresa de Israel aposentou recentemente foi o 767, que serviu pela companhia por 36 anos.
Operação Salomão
Em 1991, os Boeing 747 da El Al foram peças fundamentais na Operação Salomão, organizada pelas forças armadas de Israel. Os aviões da companhia participaram de ações de evacuação de judeus da Etiópia, que na época enfrentava uma guerra civil.
A operação movimentou mais de 14 mil refugiados entre a capital etíope Adis Abeba e Tel Aviv, em Israel, sendo que metade deles foram transportados nos aviões da El Al. Em um desses voos, um 747 da empresa embarcou um total de 1.122 passageiros, marca que permanece até hoje como a maior quantidade de pessoas transportadas a bordo de um avião comercial.
O fim dos quadrimotores
A era dos grandes quadrimotores na aviação comercial está cada vez mais próxima de terminar. Com a chegada de widebodies bimotores mais eficientes, aviões como o Boeing 747 e o Airbus A380 estão se tornando inviáveis e caindo em desuso.
Além da El Al, outros grandes operadores do 747 também anunciaram que vão aposentar seus aparelhos em breve. A lista inclui companhias como a Lufthansa, Delta, British Airways, entre outros.
O último reduto do 747 na aviação comercial é o setor de carga, onde o avião ainda tem grandes oportunidades. Uma série de modelos atualmente em serviço no transporte de passageiros podem ser convertidos para levar cargas e devem continuar voando por mais um longo período. A versão cargueira também é o que mantém o 747-8 em produção, uma vez que a Boeing não tem mais pedidos pela versão comercial.
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