Companhia aérea estatal criada no governo de Hugo Chavéz para tomar o lugar da falida Viasa, a Conviasa retomará seus voos transatlânticos nas próximas semanas. O destino escolhido pela empresa é Moscou, a capital da Rússia. De acordo com informações divulgadas pela agência de aviação civil do país, a empresa aérea venezuelana obteve permissão para operar dois voos semanais entre os aeroportos Simón Bolívar e Domodedovo.
A rota será operada com os dois Airbus A340 da empresa, seus únicos widebodies e que estavam parados até pouco tempo atrás. A empresa possui um A340-300 alugado e que foi originalmente recebeido pela Air China em 1997, portanto a aeronave já está em uso há quase 23 anos. O outro quadrirreator é ainda mais antigo, um A340-200 que foi um dos primeiros a ser produzido, em 1993, e entregue para a Air France 27 anos atrás.
Atualmente, a Conviasa tem mantido uma malha de voos de curto e médio alcance que inclui, além de voos domésticos, destinos em sua maioria para países alinhados politicamente com o governo socialista de Nicolás Maduro como Manágua (Nicarágua), Santa Cruz (Bolívia) e Havana (Cuba). A frota principal da companhia aérea é formada por 16 jatos E190 fornecidos pela Embraer nos tempos do governo de Dilma Rousseff (PT), que era simpático ao regime.
Apesar de a Rússia ser hoje uma nação democrática, o governo do presidente Vladimir Putin ainda mantém laços com vários países que viviam sob a influência da antiga União Soviética, adepta do comunismo. Por essa razão, ainda hoje essas nações com governo de esquerda acabam pedindo ajuda aos russos, geralmente por conta de embargos e restrições impostas pelos Estados Unidos. Em 2012, por exemplo, a Conviasa foi banida de voar nos EUA e Europa por problemas de segurança e no começo deste ano, voltou a ser proibida de pousar no país governado por Donald Trump.
Nos últimos anos, a Conviasa tem tentado estabelecer uma rota entre Manaus e destinos no Caribe venezuelano, mas sem grande sucesso. No final do ano passado, por sua vez, a empresa anunciou que retomaria voos para Buenos Aires logo após o candidato Alberto Fernandéz, do partido Justicialista vencer as eleições presidenciais.
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