Companhia venezuelana Conviasa vai retomar voos para Moscou

Estatal, que só possui dois jatos Airbus A340 com mais de 20 anos, obteve autorização da agência de aviação civil russa para voar entre Caracas e a capital do país
O único A340-200 da Conviasa está fora de serviço há bastante tempo (Alex Barbosa)
O único A340-200 da Conviasa voa desde 1993 e foi um dos primeiros a serem entregues pela Airbus (Alex Barbosa/CC)

Companhia aérea estatal criada no governo de Hugo Chavéz para tomar o lugar da falida Viasa, a Conviasa retomará seus voos transatlânticos nas próximas semanas. O destino escolhido pela empresa é Moscou, a capital da Rússia. De acordo com informações divulgadas pela agência de aviação civil do país, a empresa aérea venezuelana obteve permissão para operar dois voos semanais entre os aeroportos Simón Bolívar e Domodedovo.

A rota será operada com os dois Airbus A340 da empresa, seus únicos widebodies e que estavam parados até pouco tempo atrás. A empresa possui um A340-300 alugado e que foi originalmente recebeido pela Air China em 1997, portanto a aeronave já está em uso há quase 23 anos. O outro quadrirreator é ainda mais antigo, um A340-200 que foi um dos primeiros a ser produzido, em 1993, e entregue para a Air France 27 anos atrás.

Atualmente, a Conviasa tem mantido uma malha de voos de curto e médio alcance que inclui, além de voos domésticos, destinos em sua maioria para países alinhados politicamente com o governo socialista de Nicolás Maduro como Manágua (Nicarágua), Santa Cruz (Bolívia) e Havana (Cuba). A frota principal da companhia aérea é formada por 16 jatos E190 fornecidos pela Embraer nos tempos do governo de Dilma Rousseff (PT), que era simpático ao regime.

Apesar de a Rússia ser hoje uma nação democrática, o governo do presidente Vladimir Putin ainda mantém laços com vários países que viviam sob a influência da antiga União Soviética, adepta do comunismo. Por essa razão, ainda hoje essas nações com governo de esquerda acabam pedindo ajuda aos russos, geralmente por conta de embargos e restrições impostas pelos Estados Unidos. Em 2012, por exemplo, a Conviasa foi banida de voar nos EUA e Europa por problemas de segurança e no começo deste ano, voltou a ser proibida de pousar no país governado por Donald Trump.

Nos últimos anos, a Conviasa tem tentado estabelecer uma rota entre Manaus e destinos no Caribe venezuelano, mas sem grande sucesso. No final do ano passado, por sua vez, a empresa anunciou que retomaria voos para Buenos Aires logo após o candidato Alberto Fernandéz, do partido Justicialista vencer as eleições presidenciais.

A Conviasa tem uma frota 16 E190 comprados novos da Embraer no início da década (Orlando Suárez)

Veja também: Venezuela diz que derrubou avião com matrícula dos EUA

 

 

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