Maiores operadores do Boeing 737 MAX nos EUA, as companhias aéreas American Airlines e Southwest Airlines anunciaram que devem efetivar o retorno da aeronave somente a partir de março de 2020, pouco antes do aterramento da série completar um ano. Anteriormente, as duas empresas esperavam retomar os serviços com seus jatos paralisados entre janeiro e fevereiro.
O novo prazo estipulado pelas companhias acompanham as estimativas mais recentes das agências de aviação civil dos EUA (FAA) e Europa (EASA), que esperam liberar o 737 MAX até o final deste ano. Isso, porém, não significa que as aeronaves voltarão imediatamente ao mercado, pois os operadores terão de atualizar seus aparelhos e preparar os tripulantes.
O mau funcionamento software de controle de voo MCAS (Sistema de Aumento de Características de Manobra) do 737 MAX é apontado como o principal fator responsável pelos acidentes fatais com os jatos da Lion Air, em outubro de 2018, e da Ethiopian Airlines, em março deste ano. Desde o aterramento mundial da série, a Boeing e entidades reguladoras do setor vêm trabalhando em conjunto para atualizar o sistema e eliminar suas falhas.
“A American Airlines permanece em contato contínuo com o FAA e a Boeing”, afirmou a companhia em comunicado. “Com base nas orientações mais recentes, a American antecipa que a retomada do serviço comercial programado na frota de aeronaves Boeing 737 MAX ocorrerá em 5 de março de 2020. Após a certificação da aeronave, a American espera realizar voos de exibição para membros da companhia e apenas convidados”.
A American acrescentou que, uma vez que a aeronave estiver autorizada a operar novamente, ela espera introduzi-la lentamente de volta ao serviço comercial a partir do dia 5 de março. A Southwest, por sua vez, programou o retorno de seus 737 MAX para o dia 6 de março.
Em outubro, a Boeing divulgou que aguardava pela aprovação e a nova certificação da série MAX antes do final deste ano, embora o FAA tenha se recusado a divulgar um cronograma ou uma possível data sobre o retorno da aeronave.
“A FAA está seguindo um processo completo para devolver o Boeing 737 MAX ao serviço de passageiros”, disse Lynn Lunsford, porta-voz do FAA. “Continuamos trabalhando com outros reguladores internacionais de segurança da aviação para revisar as alterações propostas nas aeronaves. Nossa primeira prioridade é a segurança, e não estabelecemos um prazo para quando o trabalho será concluído.”
A Southwest Airlines é a companhia aérea mais afetada do mundo pelo aterramento do 737 MAX, com 34 aeronaves armazenadas. A empresa com sede em Dallas também é o maior cliente da série, com um total de 280 aviões encomendados. Já a American, que encomendou 100 jatos, possui atualmente 24 aviões parados.
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