Mais de sete meses após o leilão da 7ª rodada de concessão de aeroportos da Infraero, a operadora espanhola AENA finalmente assinou o contrato para assumir 11 terminais, incluindo Congonhas, em São Paulo, o segundo mais movimentado do país.
A formalização da concessão de 30 anos do aeroporto localizado na Zona Sul de São Paulo e do bloco associado ocorreu nesta terça-feira, 28. Agora, a empresa deverá depositar R$ 2,45 bilhões de valor de outorga ao governo federal. Após isso, a ANAC deverá dar início ao contrato de fato.
A AENA terá então a missão de transformar o congestionado aeroporto paulistano em um espaço moderno e mais capaz, a despeito das várias limitações existentes, como área útil, restrições de ruído e de número de operações.
A concessionária, que já atua em vários outros aeroportos no Brasil como Recife (PE), passará por uma fase de transição no comando dos novos terminais e que deve se estender até o terceiro trimestre deste ano.
Segundo o jornal O Globo, a AENA pretende pagar parte da outorga com títulos de precatórios, mas há um impasse entre o governo e a AGU, a Advocavia Geral da União, se eles podem ser usados nessas concessões.
Além de Congonhas, a AENA assumirá a gestão de terminais em Campo Grande (MS), Corumbá (MS), Ponta Porã (MS), Santarém (PA), Marabá (PA), Carajás (PA), Altamira (PA), Uberlândia (MG), Uberaba (MG) e Montes Claros (MG)
Slots disputados
O Aeroporto de Congonhas terminou 2022 na vice-liderança em número de passageiros movimentados no Brasil, atrás apenas de Guarulhos. Foram 17,7 milhões de passsageiros transportados, segundo a ANAC.
Em movimento de aeronaves, ele também é o segundo a apresentar maior tráfego no país, com 144 mil pousos e decolagens. Com sua localização privilegiada, dentro da maior cidade do país e próximo de regiões de alta renda, Congonhas tem criado uma acirrada disputa entre as empresas aéreas já que a quantidade de operações é limitada.
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A distribuição de slots do aeroporto acaba de mudar, abrindo mais espaço para outras companhias aéreas como a Azul. Ainda assim, LATAM e Gol dominam os principais horários de pousos e decolagens, a despeito de sua participação nacional não corroborar essa divisão feita pela ANAC.
Caberá à AENA encontrar formas de otimizar o uso do aeroporto sem ultrapassar seus tênues limites.