A situação da Itapemirim Transportes Aéreos tem se mostrado bastante grave a ponto de analistas considerarem sua volta à operação bastante improvável. A nova companhia aérea completará no dia 17 (próxima segunda-feira) um mês desde que suspendeu seus voos ainda sem uma saída anunciada para a crise financeira.
Desde então, as notícias têm sido invariavelmente negativas para a empresa, seja por pressão de credores, debandada geral de executivos ou as cobranças da ANAC, do Procon e do Ministério Público para que resolva suas pendências.
A esse fatores pode-se somar a disputa por tripulantes. Em recente comunicado, o Sindicato dos Nacional dos Aeronautas anunciou que a Azul Linhas Aéreas concordou em dar prioridade a candidatos “ex-tripulantes da Latam ou que estavam na Itapemirim Transportes Aéreos, companhia que recentemente teve suas atividades suspensas” em seleção que está aberta no momento.
A empresa criada por David Neeleman está contratando comissários de bordo em virtude da expansão de sua malha aérea, o que certamente vai atrair não só demitidos, mas também pessoal que pode ter permanecido na Itapemirim em meio aos atrasos de pagamentos de salários e a expectativa de uma possível volta da operação em fevereiro, como afirmou seu presidente, Sidnei Piva.
Além disso, o mercado de transporte aéreo no Brasil passa por um período crítico por conta do crescimento dos casos de Covid-19 e também do surto de gripe. Como resultado, LATAM e Azul tiveram de cancelar vários voos desde a semana passada por falta de tripulantes.
A mistura de demanda em alta e mais vagas de emprego nas rivais pode criar um fenômeno inverso ao que permitiu que a ITA nascesse de forma mais ousada do que previsto inicialmente. A companhia aérea planejava atuar como uma regional, mas diante da oferta de jatos A320 usados com preços de aluguel baixos devido à pandemia e as demissões de funcionários promovidas pela LATAM nesse período, Piva e seus executivos optaram por estrear em rotas de maior relevância.
Com três jatos da Airbus prestes a deixar o Brasil, a Itapemirim manterá apenas algumas aeronaves prontas para uma possível volta, reduzindo a necessidade de tripulantes, mas é pouco crível que uma operação de pequena escala consiga ser minimamente lucrativa.
Alguém, em sã consciência, ainda acredita que a Itapemirim tenha a minima condição para decolar? So um louco como os seus gestores ainda viajam nessa ideia. Por fim, os motivos estao aí tão claros que dispensa comentar.