A Air Tanzania, principal companhia aérea do país africano, anunciou na semana passada uma redução de seus voos causada pela indisponibilidade dos jatos Airbus A220-300, concorrente da Embraer.
O problema envolve o motor PW1500G, fornecido pela Pratt & Whitney e que há tempos têm necessitado de substituição de peças de uma seção de alta pressão, além de ajustes no software de controle do sistema FADEC (Full Authority Digital Engine Control).
A Air Tanzania possui quatro A220-300 em sua frota, mas apenas um deles, o 5H-TCI, está em serviço. No dia 5, a transportadora realizou o último voo com o A220 de matrícula 5H-TCL enquanto o Airbus 5H-TCM não voa desde 27 de agosto. O quarto A220-300 da empresa (5H-TCH) já havia sido enviado para a Holanda em janeiro para ser armazenado.
“Devido aos desafios técnicos mundiais do motor PW1524G-3 utilizado na aeronave Airbus A220-300 e considerando os requisitos de segurança, temos seguido instruções profissionais para prestar um serviço de qualidade e segurança. E às vezes levamos as aeronaves para revisões a fim de atender as exigências dos fabricantes desses motores. Essas medidas causaram atrasos em nossos voos enquanto esse desafio está sendo resolvido”, disse um comunicado da companhia no Twitter.
Em entrevista ao Air Insight, o CEO da Air Tanzania, Ladislaus Matindi, afirmou não ter uma previsão de quando as aeronaves voltarão a operar. “Não há motores sobressalentes suficientes para manter os aviões operando enquanto os turbofans afetados passam por manutenção”, disse o chefe executivo.
O impacto da suspensão dos voos é bastante grande na Air Tanzania, que opera poucas aeronaves. Além dos A220, ela tem cinco turboélices Dash 8 e dois Boeing 787-8.
Motor semelhante nos Embraer E-Jets 2
As falhas que ocorrem nos turbofans PW1500G também podem ocorrer com o modelo PW1900G, que equipam os E190-E2 e E195-E2, da Embraer.
As aeronaves rivais se beneficiaram da enorme eficiência do motor da Pratt & Whitney, do tipo GTF (Geared Turbofan, ou turbofan com engrenagens numa tradução livre), que permite uma redução significativa de emissões tanto sonora quanto de poluentes, além de consumir menos combustível.
Segundo a PW, a há 280 aeronaves voando com motores GTF no mundo atualmente, mas aparentemente são poucas as afetadas pelo problema. A Swiss e a Air Baltic passaram por situações semelhantes, por exemplo.