Ele é maior e mais caro que o C-390 Millennium, mas costuma disputar clientes com a Embraer.
Estamos falando do cargueiro militar A400M, que é o programa de defesa mais caro da Europa e já custou mais de 10 bilhões de euros à Airbus.
Pois o turboélice quadrimotor voltou a impactar os resultados financeiros da empresa em 2024. Segundo a fabricante, a aeronave consumiu 121 milhões de euros em prejuízos no ano passado.
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E o panorama não tem sido otimista a ponto de a companhia questionar a produção da aeronave no futuro, diante da incerteza de pedidos.
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Produção foi de sete aviões em 2024
Oficialmente, o A400M tem 178 aeronaves encomendadas de 10 países, mas alguns deles estão reduzindo seus contratos ou postergando a entrega.
A França, maior operador do turboélice quadrimotor, tem 53 pedidos e recebeu 24 deles, mas alongou as entregas futuras. Já o Reino Unido e Alemanha cortaram pedidos.
Atualmente há 48 aeronaves pendentes de entrega enquanto a produção anual na fábrica de Sevilha, na Espanha, é de oito A400M por ano.
No ano passado, no entanto, foram produzidos apenas sete aviões, um deles entregue para o Casaquistão.
Rivais maiores e menores
Com uso de um conjunto de hélices de oito pás , o A400M oferece uma velocidade de cruzeiro elevada para um turboélice, de 422 nós (781 km/h) a uma altitude de 31.000 pés (9.450 m).
Ele é capaz de transportar até 37 toneladas em distâncias de 3.300 km, além de operar em pistas curtas e despreparadas.
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Com a esse desempenho, o avião da Airbus disputa pedidos com o Boeing C-17, um jato maior, porém, mais caro e limitado, mas também com modelos menores como o Lockheed Martin C-130J e o Embraer C-390 Millennium.
De fato, o A400M está no páreo em algumas concorrências importantes como da Força Aérea da Índia, que almeja encomendar de 40 a 80 aviões dentro do programa MTA.
Durante a feira de defesa IDEX 2025, em Abu Dhabi, a Airbus ofereceu o cargueiro militar para os Emirados Árabes Unidos, o qual pode encomendar de oito a dez aviões.
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Para atrair o país, a empresa ofereceu parcerias na produção e suporte do A400M, prática que tem sido comum no segmento.
O Oriente Médio, assim como as Américas e a África, são regiões onde o turboélice ainda não conquistou clientes.
Dos 178 pedidos, 170 vieram da Europa. França e Alemanha, maiores sócias da Airbus, têm juntas 103 encomendas.