O primeiro caça Gripen da Força Aérea Brasileira deixou hoje de madrugada (22) o porto de Navegantes (SC) e “desfilou” pelas ruas com escolta militar até o aeroporto da cidade, a cerca de 2 km de distância. No local, a aeronave passará por verificações técnicas antes de alçar voo até a sede da Embraer em Gavião Peixoto (SP), para dar continuidade aos testes no Brasil.
O jato fabricado na Suécia chegou ao porto no litoral de Santa Catarina no último domingo (20), transportado por um navio mercante. Por ser um equipamento valioso e ainda em fase de testes, é mais seguro transportá-lo por via marítima do que voar com ele até o Brasil.
A viagem do Gripen para Gavião Peixoto está programada para a sexta-feira (25). O avião que chegou em Navegantes voou pela primeira vez em agosto de 2019 em Linköping, onde fica a fábrica de caças da Saab.
A aeronave recém-chegada ao Brasil ainda não entregue à FAB. O jato, um modelo FTI (Flight Test Instrumentation), ficará baseado em Gavião Peixoto realizando mais testes. Os primeiros modelos operacionais importados da Suécia devem chegar ao país no próximo ano. Mais adiante, o caça também será produzido no Brasil.
A apresentação formal do Gripen da FAB deve acontecer durante as celebrações do Dia do Aviador, em 23 de outubro, em Brasília (SP).
Por aqui, o avião sueco será designado como F-39E Gripen (e o modelo biposto, F-39F). Ao todo, a Aeronáutica encomendou 36 aeronaves, sendo 28 modelos monopostos e oito bipostos. O 1° Grupo de Defesa Aérea (1° GDA), baseado em Anápolis (GO) será o primeiro esquadrão brasileiro a voar com o novo jato de combate.
Transferência de tecnologia supersônica
O Gripen é a primeira experiência da indústria brasileira e latina na construção de um avião supersônico. Dos 36 caças encomendados pela Aeronáutica, 15 deles (oito modelos monopostos e sete bipostos) serão produzidos integralmente no Brasil, como parte do acordo de transferência de tecnologia da aeronave firmado com os suecos em 2013.
A linha de montagem ficará concentrada na unidade da Embraer em Gavião Peixoto (SP). No futuro, a FAB poderá encomendar novos lotes de aeronaves produzidas no Brasil. O Gripen brasileiro também pode ser envolvidos em acordo de exportação, sobretudo para outras nações na América Latina. Um desses potenciais compradores é a força aérea da Colômbia.
Nos próximos anos, os Gripen vão assumir o posto do antigos caças F-5 Tiger, que voam com as cores da FAB desde a década de 1970.
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