Meios de comunicação do Ocidente noticiaram nesta semana que o Irã está se preparando para fornecer à Rússia “várias centenas” de drones militares com capacidade de transportar armamentos para serem usados na guerra contra a Ucrânia. A afirmação partiu do conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, que disse ter informações de que Teerã já estaria até treinando as forças russas para o uso desses aparelhos.
“Nossa informação indica que o governo iraniano está se preparando para fornecer à Rússia até várias centenas de drones, incluindo aeronaves com capacidade de levar armas, em um cronograma acelerado”, disse Sullivan a repórteres. Autoridades do Irã e da Rússia, contudo, negam que estejam negociando a venda de armamentos. Ao menos por enquanto.
Mas desde quando o Irã tem tradição na fabricação de drones militares? As primeiras aeronaves não tripuladas (UAV, na sigla em inglês) desenvolvidas pelos iranianos remontam ao começo dos anos 1980, uma época em que esse tipo de vetor ainda era pouco comentado. Quase quatro décadas depois, o país persa hoje é um dos maiores especialistas na produção de UAVs, graças a “ajuda” dos EUA…
Os drones mais avançados do Irã e que podem servir ao propósito russo, os modelos Shahed 149 Gaza e o Shahed 171 Simorgh produzidos pela estatal iraniana Shahed Aviation Industries, parecem cópias exatas de aeronaves não tripuladas usadas pelas forças armadas americanas.
Shahed 149 Gaza
Em serviço com a Força Aeroespacial da Guarda Revolucionária Iraniana desde abril de 2022, o Shahed 149 Gaza (nome em referência a luta dos palestinos na Faixa de Gaza, numa clara provocação a Israel) é um UAV de longo alcance projetado para missões de reconhecimento e ataque. Um rápido deslumbre do drone é o suficinte para notar que ele é, no mínimo, inspirado no modelo americano MQ-9 Reaper da General Atomics.
Segundo a fabricante Shahed Aviation, o modelo Gaza impulsionado por um motor turboélice pode voar a velocidade de cruzeiro de 350 km/h e tem autonomia de voo de 2.000 km ou 35 horas, com uma carga bélica de 500 kg composta por até 13 bombas ou mísseis.
Nesta semana, em meio a suposta negociação entre Irã e Rússia, uma série de perfis pró-Ucrânia nas redes sociais vêm alardeando as capacidades do drone iraniano com informações exageradas. Uma delas aponta que Gaza teria alcance de 7.000 km, uma autonomia suficiente para lançar ataques de Moscou contra todos os países da Europa. Esse dado, porém, nunca foi divulgado pela Shahed Aviation.
Shahed 171 Simorgh
Drone com motor a jato em formato de asa voadora e capacidade furtiva (“invisível” aos radares), o Shahed 171 Simorgh é um UAV concebido para operações de reconhecimento.
Diferentemente do Shahed 149 Gaza, que levanta suspeitas de ser uma cópia do MQ-9 Reaper, o Simorgh foi totalmente desenvolvido a partir da engenharia reversa do drone norte-americano RQ-170 Sentinel da Lockheed Martin. Em 2011, um modelo de espionagem dos EUA caiu na província de Kashmar, no leste do Irã, e foi capturado pelos militares iranianos.
Pouco tempo depois de perder o drone no território iraniano, os EUA pediram a devolução da aeronave, o que foi prontamente negado pelo Irã. Quatro anos depois, o Simorgh produzido pela Shahed iniciou os testes de voo e logo foi introduzido na frota militar do país.
Embora contestado por analistas ocidentais, o Irã alega que o Simorgh pode ser armado, o que o torna mais capacitado que o modelo original RQ-170 Sentinel, concebido apenas para missões de reconhecimento. Informações sobre o desempenho do drone iraniano são desconhecidas.
Pau que bate em Chico,tbm também bate em Francisco. EUA criam,mas tem alguém que vendem o projeto pro Irã. Oferta e procura. Honesto era meu tataravô.