Um documento do Comando da Aeronáutica disponível on-line há um ano detalha o ritmo da aposentadoria dos caças Northrop F-5E/EM/FM Tiger II da Força Aérea Brasileira (FAB), que serão totalmente retirados de operação até 2029.
O ofício, intitulado “PCA 400-200 Plano de Desativação das Aeronaves F5E/EM/FM da Força Aérea Brasileira”, indica que o processo de desativação dos F-5 da frota nacional está em andamento desde o ano passado, quando oito aeronaves foram retiradas de serviço – de um total de 43 jatos do tipo na frota ativa. Neste ano, está programada a retirada de mais três caças.
Apesar do planejamento, os prazos estipulados para a retirada dos caças não são necessariamente definitivos e as datas ainda podem sofrer alterações. O documento aponta, que “face às incertezas da implantação de uma aeronave que ainda se encontra em desenvolvimento (o F-39 Gripen), deverá ser feita uma reavaliação da implantação desse Projeto, analisando os resultados esperados com a real operacionalidade obtida com a introdução desse novo vetor”.
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De acordo com o documento, a reavaliação dos prazos de implantação do Gripen será feita neste ano e, se necessário, “o processo de desativação do Projeto F-5E/EM/FM poderá ser dilatado”.
Até o momento, a FAB recebeu quatro caças F-39E Gripen na versão operacional, além de um modelo destinado para testes de desenvolvimento. Ainda neste mês, mais duas aeronaves importadas da Suécia chegarão ao Brasil e outros dois aparelhos até o fim deste ano. A encomenda de 36 aeronaves, incluindo oito modelos bipostos da versão F-39F, deve ser concluída em meados de 2027.
O PCA 400-200 ainda faz uma rara revelação da idade e as horas de voo acumuladas pela frota de caças F-5 no Brasil. Dos 43 jatos listados, o mais novo deles é o FAB 4866, que foi concluído pela Northrop em 1 de janeiro de 1983 (40 anos e cinco meses), e o mais antigo é o FAB 4856, finalizado em 1 de janeiro de 1971 (52 anos e cinco meses).
Além de ser o modelo mais veterano da frota brasileira, o FAB 4856 é também é o primeiro F-5 da série E produzido pela Northrop. Por se tratar de uma unidade histórica, a aeronave em questão será preservada no MUSAL, o museu da FAB localizado no Rio de Janeiro (RJ), como antecipou o documento. O modelo está programado para ser desativado em 2024.
Defensor do espaço aéreo brasileiro
Entre 1975 e 2008, a FAB recebeu um total de 75 caças F-5 nas versões E e F. Essas aeronaves foram adquiridas em três lotes diferentes, sendo os dois primeiros vindos dos Estados Unidos. O primeiro lote era composto por jatos novos de fábrica e o segundo, de modelos de segunda mão da força dos EUA. A terceira leva também era de modelos usados, comprados da Jordânia.
Com a desativação dos caças Dassault Mirage 2000, em 2013, os jatos da Northrop assumiram o posto de principal aeronave de defesa do espaço aéreo brasileiro. Em meio a essa mudança de tarefas, os F-5 foram modernizados pela Embraer e receberam equipamentos de voo e armamentos mais avançados. Após a reformulação, os jatos foram designados F-5EM e F-5FM (na versão biposto).