Após rumores recentes, a De Havilland confirmou nesta quarta-feira (17) que suspenderá a produção do turboélice Dash 8-400 “após completar os pedidos atualmente confirmados”. A fabricante, porém, não divulgou quantas aeronaves ainda estão com entrega pendente (estima-se 17 unidades) ou quando isso realmente ocorrerá – a decisão afetará cerca de 500 funcionários.
O programa Dash 8 foi repassado pela Bombardier para a Longview, controladora da De Havilland, em 2018. As empresas então acordaram em manter a linha de montagem do turboélice em Downsview (Canadá) até 2021. Por essa razão, a atual fabricante da aeronave confirmou que após a conclusão a montagem de pedidos pendentes, transferirá a produçãopara outro local ainda não definido.
“Há uma série de excelentes opções de local de produção no Canadá, e a empresa estará pronta para atender à demanda por novas aeronaves conforme a indústria se recupere”, disse a De Havilland.
“Esperamos que a demanda mundial pelo Dash 8 retorne assim que a indústria se recupere da pandemia, e as características da aeronave – incluindo baixos custos operacionais, baixo impacto de emissões e recursos de desempenho que suportam operações regionais eficientes – farão do Dash 8 um parte importante da recuperação pós-pandemia da indústria da aviação ”, disse David Curtis, presidente executivo da Longview Aviation Capital.
Melhorias no Dash 8
A De Havilland reforçou o compromisso com os clientes Dash 8 enquanto o mercado de aviação regional permanece incerto. A empresa disse que vai investir na plataforma do turboélice para aprimorar a aeronave em relação aos custos operacionais.
A fabricante também pretende oferecer um pacote de conversão da aeronave para carga, bem como programas de renovação da cabine, como a extensão do compartimento de bagagem, bem como outras melhorias não detalhadas e que irão “preparar as frotas do Dash 8 em direção a uma maior sustentabilidade”.
Crise na Bombardier
Lançado na década de 80, o Dash 8 foi um dos inúmeros ativos que a Bombardier vendeu nos últimos anos na tentativa de reduzir suas perdas. A empresa canadense havia adquirido toda a linha de aeronaves da De Havilland Canada em 1992, após um breve período em que a fabricante pertencia à Boeing.
Em 2006, a Viking Air, também do grupo Longview, adquiriu os direitos de produção das aeronaves DHC com exceção dos turboélices Dash 8, que acabaram sendo negociados apenas em 2018, já no auge da crise da Bombardier.
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