De olho em exportações, Kawasaki C-2 fará seu primeiro tour internacional

Novo cargueiro militar do Japão pode transportar 37 toneladas e voar por até 7.600 km
O Kawasaki C-2 é avaliado em US$ 136 milhões (JASDF)
O Kawasaki C-2 foi introduzido recentemente pelo Força Aérea de Autodefesa do Japão (JASDF)
O Kawasaki C-2 é avaliado em US$ 136 milhões (JASDF)
O Kawasaki C-2 é avaliado em US$ 136 milhões; o Japão já encomendou 40 unidades (JASDF)

Tal como o Brasil com o novo Embraer KC-390, o Japão também oferece um novo produto no segmento dos cargueiros militares, o Kawasaki C-2. E a exemplo do jato brasileiro, que já foi encomendado por Portugal, os orientais também buscam clientes estrangeiros para a aeronave desenvolvida pela Kawasaki Aerospace Company, a divisão aeronáutica do grupo Kawasaki Heavy Industries, cuja parte mais conhecida é a fabricante de motocicletas.

A força aérea do Japão fará o papel de “vendedor” do avião, que seguirá em novembro para seu primeiro tour internacional. O C-2 tem presença confirmada no Dubai Airshow, que acontece entre os dias 12 e 16 de novembro, e em seguida voará para a Nova Zelândia, que já demonstrou interesse pela aeronave – assim como pelo KC-390.

“Várias nações mostraram interesse no C-2 e queremos mostrar nossa tecnologia avançada”, declarou o ministro japonês da Defesa, Itsunori Onodera, em um briefing para a mídia, citado pela agência Reuters.

Uma venda do cargueiro da Kasawaki garantiria a indústria japonesa seu primeiro grande contrato de armas no exterior. Em 2014, o primeiro ministro do Japão, Shinzo Abe, suspendeu a proibição de exportação de artigos militares fabricados no país, que perdurava desde 1967.

O C-2 foi concebido para substituir a frota japonesa dos antigos Lockheed C-130 Hercules e também do C-1, cargueiro desenvolvido pela Kasawaki na década de 1970. Até o momento, a força aérea do Japão é o único cliente da aeronave, com uma encomenda por 40 unidades – o país já recebeu três aparelhos.

C-2 versus KC-390

Apesar da semelhança visual, o C-2 não compete diretamente com o KC-390. O cargueiro desenvolvido no Japão supera o modelo brasileiro em dimensões e capacidade de carga.

O C-2 possui comandos de voo fly-by-wire, mas não tão completos como os do KC-390 (JASDF)
O C-2 possui comandos de voo fly-by-wire, mas não tão completos como os do KC-390 (JASDF)

O avião da Kawasaki, com 43,9 metros de comprimento e peso máximo de decolagem de 141.400 kg, pode transportar 37.700 kg de cargas, enquanto o Embraer mede 35 m do nariz a cauda e pode decolar pesando 81.000 kg, sendo 26.000 kg em volume de carga.

A autonomia do C-2 também é maior. Segundo a fabricante japonesa, a aeronave tem autonomia de 7.600 km com 20.000 kg de carga, o suficiente para voar do Japão até o Afeganistão. O KC-390, por sua vez, tem alcance de 2.820 km com capacidade máxima de carga (ou 6.130 km vazio, em missões de traslado).

O C-2 é o segundo maior avião já desenvolvido no Japão, atrás do Kawasaki P-1 (ATLA)
O C-2 é o segundo maior avião já desenvolvido no Japão, atrás do Kawasaki P-1 (ATLA)

O desenvolvido do KC-390, por outro lado, aconteceu de forma mais rápida que o do C-2. Proposto em 2007, o cargueiro da Embraer voou pela primeira vez em 2015 e será introduzido em serviço com a Força Aérea Brasileira a partir de 2018. Já o modelo da Kasawaki, em operação no Japão desde 2016, começou a ser projetado no ano 2000 e realizou seu voo inaugural somente em 2010.

Veja mais: Rival japonês da Embraer, jato comercial da Mitsubishi vai estrear em 2020

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