A Embraer mais uma vez fez uso de uma cartada atraente para tentar fechar pedidos de suas aeronaves militares, a promessa de “desenvolvimento conjunto” com grupos locais.
Esse argumento já foi lançado na Índia e na Árabia Saudita recentemente e desta vez ocorreu com o México.
Na segunda-feira, 30, a fabricante brasileira assinou um Memorando de Entendimento (MoU em inglês) com a Federação da Indústria Aeroespacial do México para “identificar novas oportunidades de negócios e áreas de interesse para o potencial desenvolvimento de projetos conjuntos, incluindo potencial colaboração com o cluster de defesa do país.”
Traduzindo: “se vocês comprarem nosso produtos a gente investe em seu país”. Por trás do acordo está o notório interesse em vender o avião multimissão C-390 Millennium e o treinador avançado A-29 Super Tucano para a Força Aérea do México.
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Em entrevista, Francisco Gomes Neto, CEO da Embraer, afirmou que a empresa está em negociações ativas com o governo do México para oferecer o C-390, que recentemente fez uma demonstração a militares no país.
Gomes Neto, que fez parte de uma comitiva brasileira que acompanhou a posse da nova presidente do México, Claudia Sheinbaum, também destacou o papel do Super Tucano na vigilância de fronteiras.
Frota pequena
O CEO da Embraer não revelou quantas aeronaves de transporte tático estão sendo negociadas, mas entende-se que poderão ser poucas unidades.
A Força Aérea do México tem em serviço apenas dois C-130K e um L-100, a versão civil do Hercules.
Quanto ao Super Tucano, seu rival Beechcraft T-6C tem 56 aviões em serviço no país, mas na versão de treinamento.
Favorece a Embraer o momento em que os líderes dos dois países seguem correntes similares de esquerda, que enfatizam projetos bancados pelo governo como foi o caso do ressurgimento da Mexicana de Aviación.
A companhia aérea estatal foi relançada pelo antecessor de Sheinbaum, o presidente Andrés Manuel López Obrador, com o propósito de oferecer passagens mais baratas que as empresas privadas como a Aeromexico.
Em junho, a Mexicana encomendou 20 jatos E2 da Embraer, marcando a primeira venda da nova geração no México.
A pergunta que fica no ar, no entanto, é o que acontecerá se o C-390 vencer as concorrências da Índia, Árabia Saudita e México. Teremos linhas de montagem e fornecedores espalhados pelo mundo?
A pergunta do texto no final dele é muito interessante: e SE a Embraer vencer as concorrências que participa na Índia e Arábia Saudita ? Tem estrutura, fornecedores e outros para bancar tal produção?
Creio que os executivos da empresa já devem estar pensando e muito sobre tal questionamento e preparando um aumento das instalações para isso ,tanto no Brasil quanto fora dele.