A Embraer realizará entre os dias 7 e 8 de novembro o 6º Fórum de Aviação Regional da China (RAF 2023) na cidade de Qingdao. O evento terá como tema “Conectividade e Diferenciação – O Novo Momento no Desenvolvimento da Aviação Regional” e é o primeiro realizado após a pandemia do Covid-19.
Trata-se de mais um esforço da fabricante brasileira para promover sua nova linha de jatos E2, que ainda não têm encomendas na China, um dos maiores mercados de viagens aéreas no mundo.
A Embraer obteve recentemente a certificação de tipo dos modelos E190-E2 e E195-E2, abrindo caminho para potenciais encomendas.
Segundo a empresa, o fórum terá a participação de 150 pessoas entre membros do governo, de companhias aéreas chinesas e internacionais, aeroportos, lessors, institutos, associações e organizações do setor.
Entre os palestrantes estão executivos de companhias aéreas, experts em aviação e especialistas de think tanks. Entre os temas a serem abordados estão o desenvolvimento da aviação regional e os modelos de negócios mais bem-sucedidos no setor aéreo.
“A Embraer oferece nesse Fórum uma plataforma para reunir o conhecimento e a experiência dos profissionais mais qualificados e especializados em como expandir as malhas regionais e aumentar a conectividade”, afirma Arjan Meijer, Presidente e CEO da Embraer Aviação Comercial, que disse estar confiante em conseguir encomendas da família E2.
“Acreditamos que o mercado regional será o motor do crescimento futuro da aviação na China. Há um bilhão de pessoas no país que nunca foram passageiras de um voo”, complementou Guo Qing, Diretor-Geral e Vice-Presidente de Aviação Comercial da Embraer na China.
Jato Embraer estreou na China em 2000
A Embraer completou em setembro 23 anos de operações na China marcado pela estreia do primeiro ERJ 145 entregue à Sichuan Airlines em 2000.
Entre 2002 e 2016, a Embraer manteve uma joint venture com a Harbin para montagem do modelo ERJ 145 e do Legacy em uma instalação na China.
Em 2008, a fabricante entregou o primeiro E190 para a Tianjin Airlines e atualmente há 85 aeronaves comerciais da empresa voando no país em empresas como a Tianjin Airlines, Hebei Airlines, Beibu Gulf Airlines e Colorful Guizhou Airlines.
No entanto, em meio a rumores de pedidos, a Embraer não consegue um acordo com companhias aéreas chinesas desde 2018.
Nesse período, a COMAC, fabricante estatal de aviões comerciais, lançou no mercado o ARJ21-700, um jato de até 90 lugares que têm tido prioridade nos pedidos de transportadoras locais.
O mercado de viagens aéreas chinês tem crescido fortemente em 2023, sobretudo no tráfego doméstico de passageiros. De acordo com a CAAC, a autoridade de aviação civil da China, foram transportados 394,8 milhões de passageiros entre janeiro e agosto, um crescimento de 135% na comparação com 2022.
Será difícil conseguir encomendas para o E2 já que eles tem o ARJ-21 (versão dos antigos MD80) e o governo deverá impor às aéreas uma obrigatoriedade de encomendar o produto da Comac. Para mim será uma surpresa se a Embraer conseguir algo.