A Delta Air Lines já não é mais uma das acionistas da Gol. A companhia aérea norte-americana vendeu suas ações da empresa brasileira nos últimos dias, equivalentes a pouco mais de 5% do capital total. A informação foi confirmada pela Gol nesta terça-feira em nota ao mercado.
A venda das ações da Gol era uma medida aguardada desde que a Delta anunciou a compra de 20% do capital da Latam Airlines, em setembro, num movimento que surpreendeu o mercado. No final de novembro, a companhia aérea dos EUA iniciou o plano de oferta pública pela ações da Latam com preço de US$ 16 por ação.
Outro passo em direção à nova sociedade foi o anúncio na semana passada de acordos de codeshare entre as afiliadas da LATAM no Peru, Colômbia e Equador que passarão a compartilhar passageiros que seguem para os EUA no primeiro trimestre de 2020. Já seus principais mercados, Brasil, Chile e Argentina, deverão se juntar à Delta em breve, mas sem uma data prevista ainda.
A Latam, por sua vez, confirmou o fim dos planos de lançar uma joint venture com o grupo IAG, que controla a British Airways e Iberia, entre outras empresas. O acordo, assinado em 2016, previa o estreitamento das relações entre as duas empresas assim como com a American Airlines. No entanto, por conta da proibição da joint venture entre Latam e American pela corte suprema chilena, o projeto perdeu sentido sobretudo quando a Delta se interessou na socidade com a companhia aérea sul-americana. Nesse cenário, o futuro da parceria com o IAG já estava condenado ao fim.
Jogo de xadrez
Apesar da tendência de reacomodação das parcerias entre empresas americanas e europeias diante do novo cenário, até o momento a situação é bastante imprevisível. Se Delta e Latam devem ampliar suas sinergias o mesmo não se pode dizer de outros grupos em que a companhia aérea americana possui ações. A Air France-KLM, por exemplo, reforçou sua ligação com a Gol no Brasil sobretudo pelo bem sucedido hub em Fortaleza. Já a Latam segue mantendo seu code-share com a British Airways mesmo já tendo anunciado a saída da aliança Oneworld.
As peças do xadrez tiveram outro movimento inesperado na semana passada quando Richard Branson, o magnata dono do grupo Virgin, decidiu cancelar a venda de 31% das ações da companhia aérea Virgin Atlantic para a Air France-KLM. Com isso, ele continua como sócio majoritário da empresa, enquanto a Delta possui 49% das ações – vale lembrar que a Virgin irá competir com a Latam no voo entre Londres e São Paulo a partir de março de 2020.
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