Embora ainda persista a dúvida se a Boeing aproveitará a feira de Farnborough, na Inglaterra, para anunciar o lançamento do NMA (New Midsize Airplane, Novo Avião de Médio Porte), também apelidado de 797, ao menos já há um interessado confesso no novo jato, a Delta Air Lines.
Segundo declarou Ed Bastian, novo CEO da companhia aérea, a Delta pode ser uma das lançadoras do birreator. “Tivemos discussões com a Boeing sobre ser um possível cliente de lançamento”, admitiu o executivo em entrevista realizada no dia 27 de junho. A empresa pretende encomendar mais de 100 aeronaves com as características do NMA, ou seja, capacidade para 220 a 270 passageiros e alcance em torno de 9.250 km.
Para a Delta o NMA poderia ser um sucessor ideal para seus 757-300, versão alongada do jato de um corredor e que vendeu poucos exemplares, e também de parte dos seus 767, alguns bastante antigos. Hoje a companhia possui 16 unidades do primeiro e 79 do segundo, sendo 58 da versão -300.
Curiosamente, a Delta não tem sido uma empresa muito interessada em assumir a posição de lançadora de um novo avião. Seus jatos mais modernos, o A350 e o CS100, só entraram nos planos da empresa depois que estavam num estágio mais avançado de desenvolvimento.
Por enquanto, a Boeing vive o dilema entre congelar as especificações do NMA e assim facilitar a vida das companhias interessadas, ou prolongar os estudos para tentar atrair mais companhias aéreas. Por essa razão, há quem diga que não será em Farnborough que o ‘797’ será anunciado oficialmente.
Mais próxima da Bombardier
Por falar na Delta, a companhia voltou a encomendar aviões da canadense Bombardier, mas não da série CS, recentemente assumida pela Airbus. Em vez disso, ela comprou 20 unidades do CRJ900, maior versão do birreator regional que irão substituir outros jatos mais antigos na frota de suas associadas. Depois do protesto da Boeing ter sido negado pelo governo americano, a Delta deve receber os primeiros CS100 de uma encomenda de 75 aviões no final deste ano, mesma época em que os CRJ900 serão entregues.
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Sugiro corrigir um erro na reportagem. O CRJ900 não é o maior avião da família CRJ. Acima tem ainda o CRJ1000, que apesar de poucas vendas ainda está no portfolio da Bombardier.