Se a finada Alitalia era um patinho feio na aviação comercial, graças às enormes dívidas, ineficiência e imagem desgastada, a ITA Airways virou a queridinha do setor. A sucessora da famosa companhia aérea estreou em outubro, deu prejuízo até agora, mas é considerada promissora, a ponto de ter vários interessados em entrar no negócio.
A primeira empresa a se declarar à ITA foi a Lufthansa que em janeiro, num acordo com a operadora marítima MSC, fez a primeira manifestação de interesse oficial – a própria companhia aérea italiana confirmou a sondagem.
Nesta semana, no entanto, o grupo Air France-KLM e sua parceira de longa data, a Delta Air Lines, teriam entregue ao governo italiano uma carta em que expressaram o interesse em tornarem-se sócios majoritários da ITA Airways.
A informação foi revelada pelo jornal La Repubblica, citando uma fonte do governo. A publicação foi mais longe: outro informante a par da situação teria revelado que o grupo Indigo Partners poderá participar da concorrência pela empresa aérea.
Para quem não sabe, o Indigo é um fundo de investimentos que tem sob seu controle as companhias Frontier, Volaris, Wizz Air e a chilena JetSmart, todas focadas no mercado de baixo custo.
Delas, a Wizz Air já possui uma boa rede de rotas na Itália e poderia ganhar escala sendo parceira da ITA.
Já a Air France-KLM-Delta confirmou o que se esperava: o longo relacionamento com a Alitalia e o fato de a ITA ser membro da aliança Skyteam tornavam uma proposta de compra natural.
Quem diria que boa parte desses grupos desdenhou da Alitalia na época em que o governo ainda tentava passar o “abacaxi” para a frente mais uma vez.
Livre das amarras jurídicas, financeiras e trabalhistas da antecessora, a ITA Airways tornou-se uma joia a ser dilapidada no mercado de transporte aéreo, bem antes que sua frota de pouco mais de 50 aviões tenha recebido sua marcante pintura em azul metálico.