A Boeing, enfim, anunciou um novo pedido de aeronaves comerciais em 2020. Ou quase. A All Nippon Airways (ANA) confirmou nesta semana a intenção de adquirir 11 jatos 787-10 e um 787-9, além de cinco opções desta variante, num negócio avaliado em mais de US$ 5 bilhões (R$ 22 bilhões). A companhia aérea japonesa, que inclusive é a cliente lançadora do 787 e maior operador do modelo no mundo, pretende realizar também o leasing de outros três aviões do tipo com a empresa Atlantis Aviation Corporation.
A nova encomenda, que deverá fazer a frota de 787 da ANA passar de 100 aeronaves, traz um diferencial, a opção pelos turbofans GEnx-1B. Até então, a empresa havia sempre escolhido o motor Trent 1000, da Rolls-Royce, mas seus frequentes problemas podem ter pesado na decisão.
“Os 787 da Boeing servem à ANA com distinção e estamos orgulhosos de expandir nossa frota adicionando mais dessas aeronaves tecnologicamente avançadas”, disse Yutaka Ito, vice-presidente executivo da ANA.
“A ANA tornou-se uma das maiores companhias aéreas da Ásia, elevando continuamente o nível de satisfação do cliente e investindo na frota mais tecnologicamente avançada e capaz. Estamos realmente honrados com o fato de a ANA voltar a encomendar mais 787 aviões com planos de aumentar sua frota Dreamliner para mais de 100 jatos “, afirmou Ihssane Mounir, vice-presidente sênior de Vendas e Marketing Comercial da Boeing.
A ANA irá substituir parte de seus 777 mais antigos pelo 787-10 e que são utilizados em voos domésticos. Vale lembrar que a companhia japonesa, assim como sua rival JAL, utilizaram o 747 na variante SR (Short Range) com layout de alta densidade para atender a rotas internas do país.
Com o novo pedido, a ANA acumula seis acordos com a Boeing para aquisição do 787. Atualmente, a companhia aérea opera com 71 aeronaves do modelo – 36 da versão 787-8, 33 da variante 787-9 e dois 787-10. Há ainda 11 unidades a serem entregues e que não fazem parte do novo acordo.
Para a Boeing, a negociação vem em boa hora. Em janeiro, a fabricante não teve nenhuma aeronave vendida, algo que só havia ocorrido em 1962. Neste mês, a empresa não tornou público qualquer outra venda, porém, é possível que algum pedido de cliente não revelado possa aparecer no relatório de fevereiro.
Como ainda precisa ser formalizado, o pedido da All Nippon Airways não deverá ser incluído.
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