Se não houver novos atrasos, a quarta-feira 8 de julho será um dia decisivo para o mercado de transporte aéreo nos Estados Unidos. Estará em jogo a criação da 5ª maior companhia aérea do país, num arranjo que unirá a Spirit Airlines à Frontier ou a JetBlue.
As negociações para fusão ocorrem desde fevereiro quando a Spirit e a Frontier anunciaram a intenção de unir seus negócios. A decisão incomodou a JetBlue, transportadora low cost que seria afetada pelo acordo e resolveu entrar na disputa.
Após idas e vindas, com aumento de propostas por parte das duas pretendentes, na semana que vem os acionistas da Spirit votarão se aceitam a proposta da JetBlue, que oferece US$ 34,15 por ação, além de uma taxa de rescisão reversa de US$ 400 milhões caso o acordo não seja aprovado pelas autoridades regulatórias.
O pacote de cerca de US$ 2,9 bilhões da JetBlue é superior ao da Frontier (US$ 2,6 bilhões) e inclui até mesmo um pré-pagamento adicional de US$ 2,5 por ação e um pagamento mensal de US$ 0,10 por ação aos acionistas entre janeiro de 2023 e a data de fechamento do contrato.
Apesar disso, o conselho de administração da Spirit continua a recomendar aos acionistas que aceitem a proposta da Frontier, considerada por ele mais seguro de ser aprovado pela agência anti-truste dos EUA.
Na visão dos executivos, a relação da JetBlue com a American Airlines na chamada “Aliança Nordeste” poderia minar as chances de sucesso do acordo. Além disso, a Spirit acredita que as ações saltarão para pelo menos US$ 50 após a fusão com a Frontier, o que demonstraria que a oferta da JetBlue é ainda muito baixa.
“A última oferta da JetBlue não resolve as sérias preocupações de nosso Conselho de que uma combinação com eles não receberia aprovação regulatória. Essa questão não resolvida, combinada com o fato de que sua oferta ainda está substancialmente abaixo do valor potencial de US$ 50 por ação ou mais que esperamos resultar de uma fusão com a Frontier, confirma nossa análise de que nosso acordo de fusão com a Frontier oferece mais valor e certeza para nossos acionistas”, disse Ted Christie, presidente e CEO da Spirit.
Nota do editor: a direção da Spirit voltou a postergar a realização da reunião com os acionistas, que estava marcada para esta quinta-feira, 30 de junho, logo após a publicação deste artigo. A nova, 8 de julho, foi atualizada.