Num movimento que fez as ações da companhia aérea serem suspensas na bolsa de valores da Noruega, o grupo IAG, que reúne a British Airways e Iberia, entre outras, reconheceu que pretende assumir o controle da Norwegian Air Shuttle, uma das mais agressivas companhias “low-cost” do mercado mundial.
A holding adquiriu nesta semana 4,6% das ações da companhia norueguesa numa tentativa de se defender do crescimento das empresas aéreas de baixo custo na Europa. A própria Norwegian reconheceu que só soube do interesse nesta quinta-feira (12). Segundo a IAG, “o investimento minoritário destina-se a estabelecer uma posição a partir da qual podemos iniciar discussões com a Norwegian, incluindo a possibilidade de uma oferta completa”. A Norwegian divulgou nota afirmando que “não teve nenhuma discussão ou diálogo com o IAG sobre o assunto. A Norwegian acredita que o interesse de um dos maiores grupos internacionais de aviação demonstra a sustentabilidade e o potencial do nosso modelo de negócios e crescimento global”, explicou.
A investida da IAG era esperada afinal a Norwegian, em sua rápida expansão, tem utilizado o aeroporto de Gatwick, ao sul de Londres, como hub internacional, inclusive com um voo pioneiro para a América do Sul com destino à Buenos Aires. Com preços mais competitivos e aeronaves modernas além de uma gestão no estilo “startup”, a companhia norueguesa tem crescido velozmente e planeja estrear em vários países inclusive o Brasil onde seu presidente teve encontros com autoridades em março.
Mais enxutas, as companhias “low-cost” tornaram-se uma ameaça às antigas e tradicionais empresas aéreas, que carregam enormes passivos e uma estrutura inchada. Para tentar frear esse avanço, o grupo Air France-KLM, por exemplo, decidiu criar uma nova companhia aérea, a Joon (um acrônimo para jovem em francês) que embora não assuma seu lado “low-cost” tem como meta ser uma alternativa para essas concorrentes. A Joon, inclusive, estreará um voo internacional entre Paris e Fortaleza em maio.
Por falar em Brasil, o grupo IAG é muito próximo da LATAM, o que poderia indicar um futuro alinhamento de estratégias.