A Boeing tem pouco mais de três semanas para mudar uma realidade amarga: precisar incluir um inédito sistema de alerta à tripulação nos jatos 737 MAX 7 e MAX 10. A partir do dia 27 de dezembro uma nova lei aprovada no Congresso dos EUA em 2020 passará a valer, exigindo que aeronaves comerciais possuam essa nova tecnologia, pensada para evitar os desastres que vitimaram 346 pessoas em dois acidentes fatais com a versão 737 MAX 8.
Para ganhar tempo, a fabricante depende de duas propostas que congressistas norte-americanos tentam emplacar nos últimos dias de 2022. Uma delas, do senador republicano Roger Wicker, do Mississippi, daria um prazo extra de dois anos para a Boeing certificar os dois jatos. A segunda partiu da senadora Maria Cantwell, de Washington, e que estipula que aeronaves cujo pedido de certificação ocorreu até 27 de dezembro de 2020 (quando o ex-presidente Donald Trump assinou a lei) estão fora do escopo de mudança.
As solicitações dos congressistas, no entanto, não são apenas boas notícias para a Boeing, A senadora incluiu também a necessidade de a fabricante alterar a forma como os pilotos podem desligar um sistema chamado “stick shaker”, que atua em altos ângulos de ataque. Esse procedimento deverá ser estendido a todos os MAX se aprovado.
Para incluir as propostas, o Congresso dos EUA deve aproveitar a votação de um projeto de lei de defesa que será votado em breve. Caso tenha sucesso, a Boeing poderá colocar o MAX 7 em serviço no início de 2023 e o MAX 10, no começo de 2024.
As duas versões têm grandes pedidos de companhias aéreas como a Southwest, a United e a Gol, que pretende receber a variante de maior capacidade a partir de 2025.