Fãs da banda britânica Iron Maiden não verão o tradicional avião batizado de Ed Force One na turnê pelo Brasil em 2022. O fato é que o Boeing 747 usado na turnê The Book of Souls, em 2016 e 2017, foi aposentado no início deste ano e o próprio Bruce Dickinson afirmou que não deve mais pilotar os aviões da banda pelo mundo.
“Sabe, quando você chega aos 65 anos, se você é um piloto de avião, eles simplesmente te levam para o fundo do avião, certo? Então, agora eu vou estar sentado na parte de trás, sendo o motorista do banco de trás”, afirmou o vocalista e piloto, que fez 64 anos neste mês, em entrevista à AP.
O Boeing 747-400, que pode ter sido o último Ed Force One, foi entregue de volta à sua dona, a Air Atlanta Icelandic, após a turnê de 2016/2017 e fez alguns voos particulares ainda com a pintura do Iron Maiden. Depois foi alugado pela Saudi Arabian Airlines até ser aposentado em abril deste ano.
Depois de 19 anos de uso, a aeronave com matrícula TF-AAK está atualmente estacionada no aeroporto de Kemble/Cotswold, no Reino Unido, que também guarda outros jumbos 747 prestes a virar sucata.
Ed Force One: 3 gerações
Pelo menos três aviões foram chamados de Ed Force One. O primeiro deles foi um Boeing 757, da Astraeus Airlines, que tinha Dickinson em seu rol de pilotos enquanto ele não estava em turnês. A aeronave de prefixo G-OJIB ganhou pintura especial e foi usada pelo Iron Maiden na turnê mundial Somewhere Back in Time, em 2008 e 2009.
Um avião próprio permitia que a banda levasse todo seu equipamento e toda a equipe para lugares que até então não eram viáveis logisticamente. Os próprios fãs escolheram o nome do avião, por meio de votação no site da banda. A história do primeiro Ed Force One pode ser vista no documentário “Iron Maiden: Flight 666”, lançado em 2009.
Já em 2011, para a turnê The Final Frontier, outro Boeing 757 (G-STRX) foi alugado pela banda e ganhou pintura diferente do primeiro. Este avião também pode ser visto em outro documentário, “Behind The Beast”, lançado em 2012.
O terceiro – e maior de todos Ed Force One – foi o Boeing 747-400 usado na turnê The Book of Souls, que passou por cinco cidades no Brasil em 2016. Ele foi originalmente um avião de passageiros da Air France, com registro F-GITH desde 2003, que mudou para TF-AAK depois de passar para as mãos da Air Atlanta Icelandic em 2015.
Além dos músicos, o Boeing 747-400 também transportou a equipe de apoio e um total de 12 toneladas de equipamentos de som e cenografia. Ao final da turnê, o último Ed Force One percorreu cerca de 88.500 km ao redor do mundo, passando por 35 países.
“O maior benefício de viajar com o 747 é pelo seu colossal tamanho e capacidade de carregar nossos equipamentos de palco sem ter que fazer grandes modificações estruturais, como foi necessário no antigo 757 que os fãs conheceram na turnê do DVD Flight 666”, contou na época o comandante do Ed Force One e vocalista da banda.
Já sem a pintura característica, o B747 fez seu último voo em 19 de abril deste ano, de Ostend (Bélgica) até Cotswold. A última aterrissagem pode ser vista no YouTube.
VIDEO: Former @IronMaiden ‘Ed Force One’ (Air Atlanta Icelandic Boeing 747-400 TF-AAK) made its final flight today, into Kemble/Cotswold for scrapping. The 19yo airframe was originally delivered to Air France in 2003 as F-GITH.https://t.co/2ZbynHDFImhttps://t.co/Qo83iu0cVR pic.twitter.com/fcm47Pow9M
— Airport Webcams (@AirportWebcams) April 19, 2022
Apaixonado por aviação
Dickinson aprendeu a pilotar aviões durante o período em que se afastou do Iron Maiden para tentar a carreira solo, na década de 1990. No início era apenas um hobby, mas ele ficou viciado.
O vocalista passou a dividir os palcos com a carreira de piloto comercial e nunca mais deixou os aviões de lado. Depois da falência da Astraeus, Dickinson fundou a Cardiff Aviation, empresa que fornece treinamento para pilotos e serviços de manutenção de aeronaves.
Em diversas passagens pelo Brasil, o líder do Iron Maiden visitou a Embraer. Em 2018, ele foi convidado pela fabricante brasileira a testar o jato executivo Legacy 500 em São José dos Campos (SP). Dickinson deixou seu autográfo na fuselagem da avião acompanhado da frase “Melhor jato da Embraer! Parabéns!”.
Dickinson é a maior lenda viva do heavy metal !!!!