O leilão pela venda de 80% da companhia aérea ITA Airways passa por um momento complicado. Antes esperado para julho, o anúncio de um vencedor acabou postergado pela renúncia do Primeiro Ministro da Itália, Mario Draghi.
O político ficará no cargo até as eleições em 25 de setembro, mas deseja escolher o consórcio que deverá assumir 80% da empresa, hoje de posse do governo.
No entanto, o processo passa por diversos problemas e indefinições. Os dois participantes, a associação entre a Lufthansa e a MSC, e o fundo Certares, em sociedade com Air France-KLM e Delta Air Lines, teriam feito ofertas muito baixas pela companhia aérea, o que fez o governo italiano solicitar novas propostas.
Há uma preferência pela dupla Lufthansa-MSC, que manteria o controle da ITA nas mãos dos italianos, já que a operadora marítima terá maior participação na sociedade. Mas a companhia aérea alemã pressiona por uma decisão rápida. “Nossa paciência não é infinita”, disse nesta quinta-feira Carsten Spohr, CEO da Lufthansa.
Draghi afirmou que o destino da ITA Airways deverá ser decidido em até 10 dias, mas Giorgia Meloni, líder do Fratelli d’Italia, partido nacional conservador italiano, e favorita a ser primeira-ministra, alertou que uma decisão apressada pode ser revista.
“É preciso avaliar cuidadosamente a presença do Estado na empresa e a participação de outros sócios”, afirmou Meloni.
Criada como uma solução livre dos problemas da Alitalia, outrora a companhia aérea de bandeira do país, a ITA Airways estreou em outubro do ano passado. Ela assumiu pouco mais de 50 aviões da antecessora, mas logo fechou um pedido de 28 jatos Airbus novos, entre eles o A220, A320neo e o A330neo. Além disso, a companhia aérea alugou o A350-900 para ser o seu principal jato de longo alcance.