O Air Force One, o avião presidencial dos Estados Unidos, é na verdade um par de aeronaves que cumprem essa função. Atualmente, o modelo em uso é o Boeing 747-200, chamado VC-25A pela Força Aérea Americana. Entregue em 1991, durante o governo de George H. Bush, essas aeronaves já acumulam mais de 30 anos em serviço.
Dada a sua idade, torna-se cada vez mais urgente a necessidade de uma atualização, especialmente considerando as demandas de segurança e tecnologia necessárias para transportar o presidente dos EUA.
Em 2018, o então presidente Donald Trump, agora eleito novamente, contratou a Boeing para substituir as aeronaves atuais por um novo modelo, o VC-25B. Esse projeto, contudo, enfrenta uma série de atrasos e desafios logísticos e financeiros, que vêm adiando a estreia das novas aeronaves.
Com o custo estimado em US$ 3,9 bilhões e previsão inicial de entrada em serviço para dezembro de 2024, o programa VC-25B agora espera que as aeronaves estejam prontas apenas em 2027 e 2028.
Da Rússia para os EUA
O projeto VC-25B envolve a conversão de dois Boeing 747-8, aeronaves originalmente projetadas para o transporte de passageiros, para atender às especificações de segurança e operacionais necessárias para o Air Force One.
Esses aviões foram comprados da companhia aérea russa Transaero Airlines, que faliu antes de começar a operar as aeronaves e possibilitou a aquisição pela Força Aérea Americana.
O contrato com a Boeing foi feito com um custo fechado, sem margem para aumentos. No entanto, os custos inesperados e as complexidades técnicas têm provocado prejuízos consideráveis à empresa, na casa dos US$ 2 bilhões.
A conversão dessas aeronaves para o padrão presidencial não é um processo simples, pois envolve a instalação de uma série de sistemas de segurança e comunicação avançados, além de adaptações estruturais que vão muito além de uma aeronave comercial comum. Essas modificações incluem:
- Comunicações seguras: Sistemas de comunicação militar e de segurança para garantir a proteção de dados sensíveis, mesmo em pleno voo;
- Sistemas de defesa: Equipamentos que tornam a aeronave resistente a ameaças, como sistemas de contramedidas eletrônicas e blindagem;
- Autonomia estendida: Diferente das aeronaves convencionais, o Air Force One atual possui a capacidade de reabastecimento em voo, embora essa funcionalidade não esteja prevista para o modelo VC-25B, em função dos custos adicionais.
Mudança de cores proposta por Trump agora vai voltar?
Outro ponto que trouxe visibilidade ao projeto foi a questão da pintura. Durante o governo Trump, foi proposta uma mudança drástica nas cores do Air Force One, abandonando o tradicional esquema azul e branco por uma combinação de vermelho, branco e azul mais intensa, que remetia à bandeira dos Estados Unidos.
No entanto, com a eleição de Joe Biden, a ideia foi deixada de lado, e o novo modelo continuaria ostentando o design clássico. Resta saber se agora Donald Trump vai manter sua ideia de novas cores para a aeronave.