A Embraer é uma das protagonistas no Paris Air Show deste ano. A fabricante brasileira levou para o maior evento sobre aviação do mundo as duas maiores e mais avançadas aeronaves que já desenvolveu em quase 50 anos de história, o cargueiro militar KC-390 e o jato comercial E195-E2. Segundo Paulo Cesar Silva, CEO e presidente da companhia, esse é um ano “emocionante e transformador” para a empresa, que passa por seu melhor momento.
Em entrevista ao Aviation Week, Silva afirmou que esse é momento é como um reinício para a empresa: “É hora de monetizar nosso portfólio e devolver alguns dos investimentos enormes aos nosso acionistas.”
Segundo o CEO da Embraer, o objetivo é manter a empresa como a líder de mercado nos segmentos em que atua e a posição de terceiro maior fabricante de aeronaves comerciais. “Com as aeronaves da série E2 teremos a família de jatos comerciais mais eficientes no segmento de 70 a 130 lugares. O desenvolvimento está dentro do cronograma e orçamento, com a entrega do primeiro E190-E2 programada para o primeiro semestre de 2018”, contou Silva à publicação.
O presidente da Embraer também deu mais detalhes sobre o E195-E2, modelo que é exibido em Paris com a pintura especial de uma águia, que a marca chamou de “Profit Hunter” (“Caçador de Lucros”). “O E195-E2 é o avião de passageiros de um único corredor mais eficiente do mundo, com custos unitários muito próximos aos dos Airbus A320neo ou do Boeing 737 MAX”, explicou. Silva, porém, acrescentou que o desejo da fabricante não é competir com aeronaves maiores.
A divisão de aeronaves militares da Embraer também passa por seu momento mais importante. “Com o KC-390 temos uma ótima oportunidade para alcançar países importantes”, contou o CEO da empresa brasileira. “Não é segredo que Portugal está interessado na aeronave”, acrescentou. Outro produto militar da fabricante, o avião de ataque leve Super Tucano, foi convidado para participar de um processo para equipar a Força Aérea dos Estados Unidos, que busca um substituto para o veterano jato A-10 Thunderbolt II.
Diferentemente das divisões de aviões comerciais e militares, onde a Embraer vislumbra importantes contratos, a parte de aviação executiva, mercado que vem enfrentando duras dificuldades, exige cautela. “Há uma enorme pressão sobre preço e as margens. Tomamos a decisão de ser mais disciplinado em termos de números de aeronaves vamos fabricar e entregar. Temos de garantir que não vamos operar sob perdas”, afirmou o presidente da Embraer.
Oportunidades em solo
Segundo o CEO da Embraer, 15% das receitas da empresa já é proveniente de serviços. “Nos próximos 10 anos, gostaríamos de elevar esse número para cerca de 25%. Atualmente existem cerca de 2.000 aeronaves Embraer em operação, apenas na área comercial. Além disso, existem mais de 1.000 jatos executivos da Embraer”, explicou Silva.
A Embraer também inaugurou em março deste ano um centro de inovação em sua fábrica em Melbourne, nos EUA, com postos de pesquisa avançada no Vale do Silício e Boston, para explorar “tecnologias disruptivas” relacionadas a qualquer aspecto do transporte aéreo. Um dos projetos já em andamento no novo empreendimento é o conceito da rede Uber Elevate, que prevê o desenvolvimento de veículos elétricos de decolagem vertical para deslocamentos urbanos.
Sem pressa para criar um novo turbo-hélice
A carreira da Embraer foi traçada por importantes aviões com motores turbo-hélices, como foi o caso do Bandeirante e o Brasília, além do modelo executivo Xingu. Na transição para os jatos, a fabricante deixou de lado esse segmento em 2003, mas a ideia ainda circula pela empresa.
“Estamos olhando para o mercado asiático, o mercado europeu e a América Latina”, contou o Silva, citando os atuais maiores mercados de aeronaves turbo-hélice. “Estamos tentando avaliar tudo isso, não só tamanho, mas desempenho, compartimento de carga e novas tecnologias. Ainda precisamos de muitos mais tempo. Não é um período especifico, e não temos pressa”, finalizou o presidente da Embraer.
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E viva a privatização !
A Embraer continua com uma mão do governo, e vejo como uma semi-estatal. O estado tem ações, empréstimos e é cliente da Embraer.
Viva a privatização (2).
O Estado tem interesses na Embraer pela estratégia do setor, e até mesmo com financiamento de seus PRODUTOS. Jamais o Estado deve administrar empresas, para que estas não virem valhacoutos de ladrões e funcionários vadios e/ou fantasmas, cheios de privilégios e pouquíssimos deveres, como foi (é) o caso das nossas estatais.
Acho fantástica a ideia da Embraer voltar-se ao mercado de turboélices. A empresa têm tecnologia, espaço, qualidade e conhecimento. Poderia estar concorrendo com a ATR e Bombardier, além de outras, Mercado existe.
Eu faria mais e criaria uma subsidiária para pequenos monomotores e bimotores, concorrendo com a Cessna. Mas aí é mais paixão de minha parte do que conhecimento de mercado.
O destaque do”Paris Air Shoe” deve ser o Nike Air ? com pintura especial ” de uma água” são lourenço ?