Em conferência com investidores na quinta-feira (4), a Embraer revelou ter cerca de 200 aeronaves comerciais sendo negociadas com potenciais clientes.
Apesar disso, nem o CEO Francisco Gomes Neto nem o CFO Antonio Carlos Garcia citaram quais são os possíveis interessados em seus jatos comerciais.
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Gomes Neto, no entanto, apontou a China como um país de onde se esperam “boas notícias” nos próximos trimestres, leia-se pedidos.
De fato, a Embraer chegou a ter uma encomenda de 20 aeronaves de companhias aéreas chinesas cogitada, cujo anúncio deveria ter ocorrido durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao país em abril. No entanto, o assunto sumiu da pauta da comitiva.
A carteira de pedidos de aeronaves comerciais voltou a cair em valores, para US$ 8,4 bilhões comparado a US$ 9 bilhões no 4º trimestre de 2021. Até março, a Embraer confirmava um total de 281 aeronaves pendentes de entrega.
E2 com margem de lucro apertada
Carlos Garcia foi otimista ao afirmar que a empresa espera entregar 30 aeronaves no 2º trimestre, após um início de ano fraco, com apenas sete jatos comerciais e oito jatos executivos entregues.
A meta para 2023 é de 65 a 70 aeronaves, um patamar baixo comparado aos tempos pré-pandemia, mas bastante superior a 2022, quando foram enviados apenas 57 aviões a seus clientes.
A Embraer admitiu que a margem de lucro da família E2 é menor do que bem sucedidos E1, em parte por conta da aeronave ainda estar num ritmo de produção baixo e com custos a serem absorvidos.
“Ainda estamos num processo de ramp-up (crescimentos) e por isso ainda teremos oportunidade de reduzir o tempo e custo de produção e obter melhores margens no futuro”, garantiu Gomes Neto.
Este ano será o primeiro em que os jatos E2 terão mais entregas que os E1, reduzidos à variante E175, muito popular nos EUA.
Por falar no mercado de aviação norte-americano, o CEO da Embraer disse não existir novidades sobre a cláusula de escopo que impede que o modelo E175-E2 seja vendido para as regionais dos EUA.
Já sobre o processo de arbitragem em que a Embraer pleiteia indenização da Boeing após o fim da joint venture, Francisco Gomes Neto disse esperar um desfecho para o primeiro semestre de 2024.