Embraer assina acordo para se aproximar de grupo aeroespacial da Indonésia

PT Dirgantara Indonesia pode fornecer aeroestruturas além de serviços de engenharia para a fabricante brasileira. Empresa é herdeira da IPTN, que projetou o turboélice CN-235 em parceria com a CASA, da Espanha
Embraer E195-E2
Embraer E195-E2 (Divulgação)

A uma antiga rival da Embraer no mercado de turboélices regionais pode tornar-se sua parceira, a PTDI, da Indonésia.

Maior grupo aeroespacial do país asiático, a empresa assinou um Memorando de Entendimento (MoU em inglês) com a fabricante brasileira para explorar oportunidades de engenharia e produção de aeroestruturas.

“Como principal fabricante aeroespacial da Indonésia, a PTDI tem grandes ambições para o país,” disse Gita Amperiawan, Diretor-Presidente da PT Dirgantara Indonesia. “Estamos ansiosos para desenvolver essa colaboração e aproveitar os 55 anos de experiência e conhecimento da Embraer, que certamente impulsionarão nossas capacidades, particularmente no setor de aviação comercial.”

 “Estamos entusiasmados com esse relacionamento crescente entre a Embraer e a PTDI da Indonésia,” disse Rodrigo Silva e Souza, Vice-Presidente de Marketing da Embraer Aviação Comercial.

Assinatura do memorando entre Embraer e PTDI
Assinatura do memorando entre Embraer e PTDI

Empresa fundada em 1976 mudou várias vezes de nome

A PTDI é uma espécie de “Embraer indonésia”, tendo sido fundada em 1976 como PT Industri Pesawat Terbang Nurtanio.

Inicialmente, a fabricante produziu sob licença o helicóptero alemão Bo 105 e o turboélice de transporte militar C.212 Aviocar, da espanhola CASA.

A parceria motivou o desenvolvimento do CN.235, um turboélice de asa alta com aplicações civis e militares. O modelo foi um rival do Embraer EMB-120 Brasilia nos anos 80.

Um CN235-100 usado pela Irlanda (Abeecee)
Um CN235-100 usado pela Irlanda (Abeecee)

Logo ficou claro que o CN.235 era um produto com melhores características para uso militar e poucas unidades voaram na aviação comercial.

A CASA, já parte da Airbus, e sua parceira indonésia lançaram então o C-295, uma variante maior e mais moderna com foco apenas em defesa – ele é operado pela FAB como C-105 Amazonas.

Nesse meio tempo, a PT Dirgantara Indonesia planejou lançar alguns turboélices civis como o N-219 Nurtanio, do qual foram montados dois protótipos, e o maior N-245, baseado no C295, mas com cauda em T e focado em transporte regional.

Nenhuma dessas iniciativas, no entanto, chegaram ao mercado de fato.

 

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