Embraer atrai interesse de empresas aeroespaciais da China, Índia e Rússia

Ações da Embraer dispararam após a agência Reuters noticiar o possível interesse de empresas estrangeiras em colaborar com a empresa brasileira
Embraer E175-E2
Embraer E175-E2 (Embraer)
A parceria com a Boeing era considerada essencial para o futuro da Embraer; ajuda agora pode vir da Ásia (Embraer)

Um mês após a Boeing desistir do acordo de joint venture com a Embraer, as ações da empresa brasileira registraram grande valorização nesta sexta-feira, 29. O motivo foi uma notícia publicada pela agência Reuters apontando o possível interesse da chinesa COMAC e da russa Irkut em colaborar com a fabricante de São José dos Campos (SP).

De acordo com a publicação, a COMAC sinalizou interesse em cooperar com a unidade de aviação comercial comercial da Embraer, disseram duas pessoas não identificadas familiarizadas com o assunto. Outras duas fontes afirmaram que a Irkut estudou o caso, embora negue o interesse na fabricante brasileira.

Outra potência em busca de avanços no setor aeroespacial, a Índia também demonstrou interesse em analisar uma parceria com a Embraer, disseram fontes citadas pela agência. As principais fabricantes indianas no setor aéreo são a Mahindra Aerospace e a Hindustan Aeronautics, fabricante no novo caça supersônico HAL Tejas.

Procurada pelo Airway, a Embraer preferiu não comentar sobre o assunto. Segundo a Reuters, a COMAC e o ministério da aviação civil da Índia também não responderam aos pedidos de comentários, enquanto uma porta-voz da Irkut negou qualquer interesse ou conversa sobre a empresa brasileira, hoje a terceira maior fabricante de aviação do mundo, atrás de Airbus e Boeing.

No final de abril, o vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, disse durante uma conferência que a Embraer deveria considerar a China como parceira após a Boeing cancelar o acordo de joint venture com a divisão de aviação comercial da empresa brasileira, além de uma segunda parceria na área militar para promover o programa C-390 Millennium.

“Nós temos o produto e eles têm a necessidade. Nós temos a tecnologia…É um casamento inevitável”, afirmou Mourão na ocasião.

Em meio à polarização política dos dias atuais, com debates ideológicos que beiram o fanatismo e a crise do coronavírus, a declaração do vice-presidente soou na contramão do que pensa a liderança do governo atual, sobretudo pelo histórico recente de críticas à China em meio a pandemia.

A parceria com a Boeing era considerada vital para o futuro da Embraer. O poder de negociação da empresa norte-americana estabelecido no mundo todo daria maior projeção aos aviões produzidos no Brasil, além de oferecer vigor financeiro para bancar novos projetos, como a proposta de um turboélice de nova geração que vinha sugerida por executivos da companhia. Do outro lado, a fabricante dos EUA teria produtos para competir no setor de aviação regional, em especial contra Airbus A220 (ex-Bombardier CSeries). Agora nada disso vai acontecer, ao menos não tão cedo.

Em conferência com investidores no final de abril, o CEO da Embraer, Francisco Gomes Neto, descartou a chance de retomar a negociação com a Boeing, mesmo que sob termos diferentes. O executivo disse ainda que a companhia estava aberta para novas parcerias, “mas precisamos de tempo para decidir o próximo passo estratégico.”

Veja mais: Cessna Caravan com motor elétrico completa primeiro voo

 

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  1. Porque não, a Embraer deveria pensar num consórcio dos BRICS, incluindo também a Africa do Sul e montarem uma empresa nos moldes da própria Airbus, leia-se CE, com 20% para cada país sócio.

  2. Penso que independente do pais que negociemos, deveriamos ter a maioria das acoes. Porque a Embraer conseguiu estar nessa posicao privilegiada de terceira num mundo de grandes. E um orgulho para nos brasileiros.

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