Pela primeira vez, o avião multimissão C-390 Millennium, da Embraer, venceu uma concorrência direta com seu principal rival, o Lockheed Martin C-130J Hercules. A Real Força Aérea Holandesa anunciou nesta quinta-feira, 16, que fará uma encomenda de cinco aeronaves para substituir seus quatro C-130H que estão no fim da vida útil.
Os primeiros jatos devem ser entregues a partir de 2026, explicou o Ministério da Defesa, que apontou as vantagens do avião brasileiro como a maior disponibilidade do C-390M perante o turboélice C-130J, requisitos operacionais e técnicos superiores e a necessidade de menos manutenção.
“Além disso, o C-390M já pode atender ao requisito mínimo de 2.400 horas de voo com 4 aeronaves. O C-130J precisa de 5 aeronaves para isso”, diz a nota que anunciou a escolha do avião da Embraer. A Real Força Aérea da Holanda decidiu encomendar cinco C-390M por conta da meta de expandir as horas de voo do programa, de 2.400 para 4.000 horas.
“Com uma expansão de 2.400 para 4.000 horas de voo, as unidades são melhores e mais frequentemente suportadas. A Holanda também contribui para preencher um déficit europeu. A capacidade adicional de transporte também beneficia a velocidade de resposta a calamidades,” explicou o Ministro da Defesa holandês, Christophe van der Maat.
O C-390M deverá fazer parte do Comando Europeu de Transporte Aéreo, que reúne sete nações do continente.
Em busca de novos clientes
A vitória na concorrência holandesa é um grande alívio para a Embraer, que teve que lidar por meses com o desgaste provocado pelo atual comando da Aeronáutica, que decidiu reduzir o pedido original de 28 KC-390, alegando falta de recursos financeiros.
A nova encomenda também é a mais significativa da carreira da aeronave brasileira já que, além do Brasil, parceiro na sua concepção, apenas Portugal e Hungria fecharam pedidos pelo jato multimissão, em processos em que não houve uma concorrência aberta.
Agora, o C-390 Millennium passa a contar com 34 pedidos firmes – cinco da Holanda e de Portugal, dois da Hungria e 22 do Brasil. No entanto, a FAB ainda tenta reduzir o acordo para apenas 15 aeronaves.
A Embraer ainda não havia se manifestado sobre o assunto, mas é bastante provável que a recente parceira com as empresas holandesas Fokker Techniek e Fokker Services possa ser estendida para contribuir com a produção e suporte técnico aos cinco jatos.