A Embraer anunciou nesta quarta-feira (21) que concluiu os testes de desembarque de tropas e evacuação de cabine pelas escotilhas e portas dianteiras e traseiras do KC-390. Como explica a fabricante, esses ensaios são alguns dos requisitos exigidos para alcançar a “Capacidade Final de Operação” (Final Operational Capability – FOC), a certificação militar final da aeronave, que deve ser finalizada no último trimestre de 2019, informou a fabricante.
Os testes de desembarque e evacuação com a aeronave foram realizados na Base Aérea de Brasília e contou com apoio da Força Aérea Brasileira (FAB) e do Exército Brasileiro. Ao todo, as provas envolveram cerca de 370 militares.
“Ao completar com excelência mais essa importante etapa da campanha de testes rumo à certificação militar final, o KC-390 demonstra cumprir com os mais rígidos padrões de operação e segurança da indústria”, disse Walter Pinto Júnior, diretor do programa KC-390.
Recentemente, o novo avião militar da Embraer recebeu a certificação civil da ANAC, homologação que libera sua comercialização. Essa liberação é emitida pelo órgão regulador quando o projeto de uma nova aeronave demonstra ter cumprido todos os requisitos operacionais de segurança e de proteção ambiental, obrigatórios para sua utilização.
A FAB, até o momento o único cliente com pedidos firmes do KC-390, vai receber as primeiras unidades da aeronave a partir de 2019 – a encomenda contempla 28 aviões.
Gigante brasileiro
O Embraer KC-390 é o maior avião desenvolvido na América Latina, com peso máximo de até 81 toneladas – embora não seja o maior em comprimento, proeza que pertence ao novo jato comercial E195-E2. O avião militar foi projetado para atender os requisitos operacionais da Força Aérea Brasileira (FAB) e para substituir a frota dos turbo-hélices Lockheed Martin C-130 Hercules, que voam no Brasil desde 1964.
O KC-390 foi desenvolvido para cumprir as mesmas missões do antigo turbo-hélice fabricado nos Estados Unidos, mas com praticamente o dobro da velocidade (até 850 km/h) e mais carga, com capacidade máxima de 26 toneladas (6 ton a mais que o Hercules). E a lista de tarefas da aeronave é enorme.
Além do transporte de equipamentos e tropas, o cargueiro militar da Embraer pode lançar cargas e paraquedistas, reabastecer outras aeronaves em voo (e também ser reabastecido), realizar missões de busca e salvamento com equipamentos especiais, combate a incêndios florestais e até voos para Antártica.
Cada unidade do KC-390 é avaliada em cerca de US$ 85 milhões (cerca de 319,3 milhões). Além de suprir as necessidades da FAB, a Embraer acredita que o novo jato militar também pode ser uma das principais opções do mercado no segmento de cargueiros militares médios nos próximos 20 anos, substituindo justamente antigas frotas de Hercules pelo mundo.
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O K390 ainda pode melhorar muito. Falta criar uma versão com a fuselagem mais extensa possibilitando maior uso Civil como cargas indivisíveis como grandes turbinas, guindastes,grandes helicópteros. As adaptações não ficaram muito caras pois usará as mesmas plataformas e certificações já concedidas.
Achei que o KC390 seria um bom widebody regional, com assentos 2+2+2 e dois corredores, sem assento do meio. Para disputar com Bomba C-eries, na faixa dos 150 pax. Mas agora com a Boeing o negocio tomou outro rumo. Fica a idéia.