Após o fracasso no acordo de joint venture com a Boeing em abril, o presidente e CEO da Embraer, Francisco Gomes Neto, afirmou nessa segunda-feira, 1, em teleconferência sobre os ganhos do primeiro trimestre de 2020, que a fabricante está explorando novas possibilidade de parcerias para promover a aeronave militar C-390 Millennium.
Além da parceria da área de aviação comercial, Boeing e Embraer também planejavam criar um segundo empreendimento na área militar para alavancar as vendas do C-390 em outros países. A joint venture entre as duas empresas nesse setor, então batizada como “Boeing Embraer – Defense”, teria participação majoritária da fabricante brasileira.
“O plano de negócios original para o (KC-390) não incluía países como os EUA, por exemplo. Portanto, a perspectiva do mercado permanece positiva para o (C-390)”, disse o CEO da Embraer ao ser questionado na teleconferência por um repórter do Flight Global.
“E é claro, quero dizer, aqui também temos oportunidades para futuras parcerias. Mas, neste momento, ainda estamos no processo de avaliar alternativas e possíveis modelos de negócios”, acrescentou Gomes Neto.
O CEO da Embraer não citou nomes de potenciais colaboradores para o programa C-390, embora tenha mencionado China e Índia como possíveis parceiros na divisão de aviação comercial da empresa.
No entanto, diferentemente da área comercial, vincular a produção ou venda do C-390 à China ou à Índia envolveria questões de geopolítica. Um possível acordo da Embraer com empresas desses países poderia ser dificultado pelo EUA, sobretudo em relação a Pequim, que vem sendo atacada constantemente pela administração de Donald Trump em meio à crise do coronavírus.
Mais C-390 a caminho
A Embraer informou que possui atualmente cinco jatos C-390 em diferentes estágios de produção. Até o final de 2020, a fabricante prevê entregar mais dois exemplares à Força Aérea Brasileira (FAB), que encomendou um total de 28 aeronaves. No ano passado, a empresa entregou dois aparelhos para a FAB. Também está em andamento a produção do primeiro dos cinco cargueiros encomendados por Portugal no final de 2019.
A divisão de defesa e segurança da Embraer gerou US$ 149 milhões em receita no primeiro trimestre de 2019, o que representa uma redução de 16,9% em relação ao mesmo período no ano passado.
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Que a joint-venture se tiver que acontecer, que seja com a Índia. Muito mais confiável. Negócio com a China é puro prejuízo. Querem apenas copiar a tecnologia e depois ter produção própria.