A Embraer voltou a flertar com a ideia de lançar um jato comercial maior que seus atuais aviões para disputar mercado com o Boeing 737 e o Airbus A320.
Em entrevista à Bloomberg, o CEO da empresa brasileira, Francisco Gomes Neto, reconheceu que os estudos para uma aeronave desse porte prosseguem.
“Estamos fazendo estudos para um novo produto, mas ainda não temos planos concretos”, afirmou.
Como ocorreu em outras ocasiões, Gomes Neto afirmou que o “foco agora é realmente vender os produtos que temos”, se referindo à família E-Jet de jatos de passageiros até 150 assentos.
Investimento de vulto
Os rumores sobre uma nova família de aviões comerciais têm surgido desde o início do ano e a própria Embraer tem alimentado especulações.
Contudo, o volumoso investimento necessário e os riscos inerentes a um projeto desse vulto jogam contra as ambições da empresa.
Além disso, a transição iniciada na indústria em favor de uma matriz energia sustentável traz indefinições preocupantes sobre qual tecnologia prevalecerá nas próximas décadas.
Para acompanhar essas mudanças, a Embraer criou a família “Energia”, de aeronaves com propulsão híbrida por eletricidade, hidrogênio e SAF, mas tratam-se de estudos que podem ou não dar origem a produtos em série de pequena capacidade.
Ações valorizadas
A Embraer tem ganhado prestígio entre analistas de mercado em virtude dos seus resultados financeiros e também seguidas notícias positivas como fechamento de acordo comerciais em suas várias divisões.
Nos últimos dias, as ações valorizaram-se novamente após a empresa confirmar um investimento de R$ 400 milhões em novo centro de manutenção no Texas enquanto a subsidiária Eve Air Mobility obteve um segundo financiamento de R$ 500 milhões do BNDES para implantar a linha de montagem de seu eVTOL.
A despeito disso, há uma certa diferença entre a expectativa e a realidade em alguns programas de aeronaves.
O celebrado C-390 Millennium, avião de transporte militar mais capaz que o consagrado C-130 Hercules, conseguiu até aqui 40 pedidos e intenções de compra, mas praticamente metade deles foi feita pela Força Aérea Brasileira, que também é sócia no projeto.
A aeronave participa de várias concorrências e recentemente sugeriu que três países – Chile, Emirados Árabes Unidos e Marrocos – estariam entre os próximos clientes.
Quanto aos jatos E190-E2 e E195-E2, que possuem alta eficiência operacional, apenas 326 pedidos firmes haviam sido feitos até junho. Em 2024, o único anúncio público veio da estatal Mexicana de Aviación que assinou um acordo por 20 aeronaves.
A empresa, assim como Boeing e Airbus, sente os efeitos dos problemas com a cadeia de suprimentos, que tem frustrado um ritmo de entregas mais veloz.
Nesta sexta-feira, 18, a Embraer revelará os dados de entregas e pedidos do terceiro trimestre, quando saberemos se há novos motivos para tanto otimismo à respeito da fabricante.
esta mais do que na hora de fazer um avião grande p 250 350 passageiros