Embraer culpa falta de pilotos nos EUA pelas vendas fracas dos E-Jets

CEO da empresa, Francisco Gomes Neto afirmou em entrevista que está otimista que as encomendas da família E2 devem ganhar força
A Scoot foi uma das novas clientes da família E2 em 2023 (Embraer)

A Embraer está longe dos níveis de produção e vendas de 2017, quando entregou 101 aeronaves comerciais a seus clientes. No ano seguinte, a família E2 estreou mas sem o mesmo brilho da primeira geração.

Francisco Gomes Neto, CEO da fabricante brasileira, no entanto, está otimista e acredita que chegou a hora do E190-E2 e do E195-E2, os dois modelos que oferecem de 110 a 146 assentos com uma economia muito superior aos seus antecessores.

Em entrevista à Aviation & Week concedida em maio durante um press media em Portugal, o executivo-chefe da Embraer culpou a escassez de pilotos nos EUA pela queda na demanda de aeronaves comerciais.

“Teríamos mais oportunidades se não houvesse escassez de pilotos nos EUA”, disse. Gomes Neto que, no entanto, voltou a citar que a empresa está no momento discutindo a possível venda de mais de 200 jatos comerciais.

“Não vamos ganhar todas, mas temos boas oportunidades”, acrescentou.

Francisco Gomes Neto, CEO da Embraer (Divulgação)

Mercado dos EUA em baixa

Até março, a carteira de clientes dos E2 tinha apenas 270 aeronaves com pedidos firmes – 245 delas do E195-E2. Os E1, da primeira geração, por outro lado, já haviam ultrapassado as 1.770 encomendas desde 2004, quando o programa foi lançado.

Ao citar os EUA, Gomes Neto se referia no entanto ao E175, aeronave feita sob medida para atender a cláusula de escopo das companhias aéreas regionais do país.

Jato E175: falta de pilotos nos EUA prejudicou vendas, diz CEO da empresa (Embraer)

Com limite de 76 assentos e peso máximo de decolagem de 46 toneladas, a cláusula impede a operação de aeronaves maiores para preservar empregos nas grandes transportadoras como American, United, Delta e Alaska.

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O CEO da Embraer, que deve comparecer ao Paris Air Show na semana que vem, reforçou a meta de voltar a produzir e entregar mais de uma centena de jatos comerciais nos próximos anos, o que deve garantir uma margem de lucro maior.

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