A Embraer ganhou um impulso formidável do banco Morgan Stanley na quinta-feira, 14 de março. Em uma análise divulgada à investidores, a entidade financeira colocou a fabricante brasileira como sua “top pick” entre empresas aeroespaciais.
A classificação positiva fez as ações da Embraer saltarem mais de 10% apenas em um dia. No acumulado do ano, o valor de mercado da empresa cresceu 33,4%.
O Morgan Stantey justificou a recomendação ao considerar que a Embraer é capaz de quebrar o duopólio Airbus-Boeing no segmento. As duas gigantes produtoras de aeronaves dominam as vendas na aviação comercial e têm presença importante em defesa, espaço e em outros nichos de negócios.
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“A empresa possui um portfólio renovado de novos produtos como o E190-E2 e E195-E2 na categoria de jatos de passageiros comerciais, o Phenom 100/300 e o Praetor 500/600 em jatos executivos, o KC-390 Millennium na defesa e capacidades expandidas de Manutenção, Reparo e Revisão (MRO) em serviços,” disse o Morgan.
“A Embraer evoluiu de um fabricante de aeronaves de nicho para uma empresa globalmente proeminente e diversificada no setor Aeroespacial & Defesa, pronta para conquistar participação de mercado”, acrescentou a análise.
Após uma mal-sucedida joint venture com a Boeing na aviação comercial, a Embraer teve que repensar seu negócio e buscar maior eficiência para cobrir perdas com o acordo frustrado.
Em paralelo, a empresa brasileira e sua ex-parceira estão em litígio nos Estados Unidos em virtude do fim do acordo de US$ 4,2 bilhões. O banco acredita que a Embraer vá ser indenizada pela quebra do contrato pela Boeing.
Carteira de pedidos ainda pequena
A valorização dos papeis da empresa ocorre em um momento em que ela acaba de receber um pedido grande de 90 jatos E175 da American Airlines.
A aeronave regional com 76 assentos está sozinha no mercado após o fim da produção dos jatos CRJ e o cancelmento do programa SpaceJet, da Mitsubishi.
Com a nova encomenda, o backlog deverá se aproximar de 400 aeronaves comerciais, patamar que foi conseguido pela última vez em 2018.
Ainda assim, as vendas dos jatos da família E2 seguem aquém da geração anterior. Até dezembro de 2023, a Embraer tinha 306 pedidos firmes do E190-E2 e do E195-E2, ou 16% do que obteve os E-Jets (1909 aeronaves).
A capacidade produtiva da fabricante também é bem mais contida do que Boeing e Airbus. A empresa planeja voltar a entregar 100 ou mais aviões comerciais nos próximos dois anos enquanto a Airbus tem sete vezes mais entregas.
Em declarações recentes, o CEO da Embraer, Francisco Gomes Neto, tem dito que está chegando o momento de a empresa colher os frutos de anos de trabalho. Ele acredita que logo as companhias aéreas terão um olho mais apurado sobre seus produtos. Ao que parece, o Morgan Stanley concorda com isso.
Temos potencial sim, mas no futuro. Mas a foto do ano de 2023, mostra que a Bombardier do Canadá ainda vende mais em Dólares. Em 2023 venderam USD 8bi. Já a Textron Aviation vendeu USD 4,5bi. E a EMB vendeu USD 6bi. É que a Bombardier vende jatos executivos de médio e grande porte. E os valores neste segmento são altos. E não se enganem com a Textron.