A Embraer e a Força Aérea Brasileira (FAB) anunciaram hoje (19), durante o Paris Air Show International, que iniciaram os estudos para atualizar a frota nacional de aeronaves A-29 Super Tucano.
Em serviço no Brasil há quase 20 anos, o Super Tucano é empregado em missões de interceptação aérea e vigilância. O avião também serve no treinamento avançado de pilotos de caças, além de ser usado pelo Esquadrão de Demonstração Aérea da FAB, a “Esquadrilha da Fumaça”.
A atualização prevista para os A-29 é um “midlife upgrade” (atualização de meia vida) com requisitos que serão definidos pela FAB.
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“A FAB poderá contar com uma extensa lista de atualizações já implementadas ao longo da vida da aeronave, que mantiveram a plataforma tecnologicamente atualizada sem impactar o baixo custo operacional”, disse Bosco da Costa Junior, Presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança. “E caso a FAB avalie, durante os estudos, a necessidade de novas funcionalidade e capacidades ainda não desenvolvidas, a Embraer pode desenvolver e implementar sob demanda.”
Atualmente a FAB possui uma frota de 60 aeronaves Super Tucano distribuídas em cinco esquadrões diferentes, com mais de 325 mil de horas de voo. O turboélice de ataque da Embraer também foi exportado para outros 15 países.
“Desde sua entrada em operação na Força Aérea Brasileira, o A-29 tem desempenhado com excelência as diversas missões para as quais foi designado. A atualização proposta deverá permitir à Força Aérea manter a plataforma moderna e ampliar o uso operacional dessa versátil e extremamente confiável aeronave por muitos anos à frente”, disse o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno.
A Embraer diz que existem algumas atualizações e evoluções que foram aplicadas no A-29 e podem ser adaptadas nos modelos brasileiros, como aviônicos de quinta geração com capacidade de expansão, sistemas de navegação e comunicação mais modernos, novos tipos de armamentos e sensores, equipamentos de autoproteção, entre outros.
Super Tucano
O Super Tucano é fruto de um projeto derivado do EMB-312 Tucano iniciado pela Embraer na década de 1990 para atender uma demanda da FAB, que pedia um vetor com baixos custos operacionais capaz de executar uma série de missões, como ataque leve, vigilância, operações contra-insurgência e até interceptação de aeronaves de baixa performance. Não só isso, o avião deveria ser robusto e versátil, podendo operar a partir de pistas remotas e não pavimentadas em ambientes hostis e com pouco suporte.
Ao longo dos anos, o Super Tucano ampliou seu currículo ao acumular a função de avião de treinamento avançado. A FAB, por exemplo, usa o modelo na preparação de seus pilotos de caças supersônicos, como os F-5M e o novo F-39 Gripen.
A despeito do visual simples e desempenho modesto, o Super Tucano é considerada a melhor aeronave de sua categoria. Tal como um caça a jato, o turboélice militar da Embraer conta com recursos avançados, como sistema eletro-óptico/infravermelho com designador de laser, óculos de visão noturna, comunicações seguras de voz e dados. O avião também pode ser armado com mísseis ar-ar orientados por calor e bombas guiadas a laser.