Se não tem anunciado grandes encomendas recentes, a Embraer ao menos tem visto seus modelos da família E-Jet expandirem sua clientela. A pandemia do coronavírus acabou virando o mercado de aeronaves usadas de cabeça para baixo ao reduzir valores de negociações, além de a baixa demanda ter tornado os modelos menores mais atraentes.
Um sinal claro dessa tendência pode ser vista nos últimos dias quando o modelo E190 foi recebido por nada menos que três novas empresas. Uma delas já era conhecida, a australiana Alliance Airlines, que adquiriu 14 jatos meses atrás e cuja primeira unidade chegou ao país na semana passada. A Alliance é especializada em voos fretados corporativos e possui hoje a maior frota de Fokker 100 do mundo.
Nesta segunda-feira, companhia Myanmar Airways International deu boas vindas para o primeiro de quatro E190LR, no Aeroporto Internacional de Yagon, em Mianmar. Com alcance de 3.860 km, a versão de longo alcance do jato brasileiro está configurada com duas classes e será usado para expandir a malha de voos da pequena empresa – além deles há cinco jatos A319 e A320 da Airbus.
Estreante italiana
A terceira nova cliente da Embraer é também uma companhia estreante, a EGO Airways. A empresa italiana está prestes a iniciar serviços a partir do Aeroporto de Malpensa, em Milão, e para isso arrendou um E190AR da empresa alemã WDL.
A nova companhia aérea pretende conectar várias cidades turísticas italianas como Verona, Veneza e Florença com serviço em duas classe no E190. A EGO ainda não obteve o certificado operacional italiano, mas planeja estrear em dezembro se não houver imprevistos.
Recuperação mais rápida
A mudança no perfil de operadores dos jatos da Embraer evidencia uma tendência apontada pela própria empresa, que enxerga na capacidade de passageiros mais realista uma oportunidade enorme para várias companhias aéreas.
Se antes jatos como o Boeing 737-800 e o Airbus A320, com mais de 150 assentos, eram um padrão no mercado de rotas de curto alcance, a queda no tráfego aéreo os tornou grandes demais.
Por isso, na visão da fabricante, as rotas que voltarão mais cedo ao patamar pré-pandemia serão as que utilizam aviões menores como a família E-Jet.
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